Após apresentar parecer favorável à aprovação da PEC das Praias, o senador Flávio Bolsonaro (PL) passou a sofrer desgaste de imagem nas redes sociais. A Proposta de Emenda à Constituição prevê a transferência de terrenos de marinha em área urbana a estados, municípios e proprietários privados.
O problema para o senador é que essas críticas ultrapassaram as fronteiras da polarização política e se generalizaram, em um comportamento considerado novo, já que a população não costuma associar um determinado projeto ao seu relator e já que o Bolsonarismo não costuma perder debates nas redes. Pessoas com os mais variados perfis, posição social e renda têm criticado o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Victor Pitaia, professor da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da FGV, ao portal UOL, o senador é citado em 48% dos posts sobre a PEC das Praias. A grande maioria associa sua imagem e atuação à autorização para que grandes empreendimentos criem barreieas e dificuldades ao acesso da população a determinados trechos do mar.
“Associações negativas entre Flávio Bolsonaro e a suposta intenção de privatizar as praias brasileiras se sobressaem nos principais posts das plataformas”, diz o relatório elaborado pelo professor a pedido do UOL.
No X, antigo Twitter, 7 das 10 publicações mais repostadas dizem que as praias serão privatizadas e 4 das mais replicadas no país mencionam Flávio como o político por trás do projeto. Já no Instagram, 7 das 10 publicações com maiores interações são negativas para o senador e 3 das 10 de maior repercussão são jornalísticas. Entretanto, o post entre os de maior repercussão é favorável ao parlamentar.
Aliados
O entorno de Flávio Bolsonaro até assume a repercussão negativa, mas, segundo eles, a imagem do político já apresentou melhora, já que menções negativas diminuíram de 70% para 60% e as positivas aumentaram de 30% para 40%.
Auge da discussão
O relatório da FGV solicitado pelo UOL aponta que Luana Piovani foi a responsável pelo estopim das discussões sobre a PEC. Após uma publicação dela no dia 31 de maio, as menções ao tema no X cresceram 845%, envolvendo atletas, cantores, ativistas e a população em geral. A repercussão negativa, inclusive, fez com que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, freasse a tramitação.
Flávio Bolsonaro
O senador iniciou uma reação em suas redes sociais, fazendo uma série de postagens para defender seu relatório e sua posição. Foram 10 dias seguidos nesta ‘operação’. Até live em feriadão o político fez. Segundo o senador, na PEC não há qualquer previsão de fechamento das praias ou impedimento de acesso para a população em geral e que a discussão em torno disso é fake news promovida pela esquerda, já que o governo irá deixar de arrecadar impostos com as praias. Mesmo com um post no X que chegou a 354 mil visualizações, Flávio Bolsonaro não conseguiu reverter a situação. BNews
