Fotos: Marcelo Camargo e Valter Campanato/Agência Brasil

Pesquisas de intenção de voto a esta altura do campeonato, a um ano e meio das eleições, claro que dizem muito pouco sobre o resultado das urnas, mas sinalizam os humores coletivos do momento. E pelas pesquisas divulgadas até agora, a última ontem, pelo Datafolha, já se pode dizer que 2021 foi um infeliz ano novo para Bolsonaro. Veio a segunda onda da Covid, com ele já sem as graças do auxílio emergencial que jorrou farto na primeira; e Lula, o principal adversário, entrou em cena. Até então, Bolsonaro tinha a dianteira. Até porque um nome natural para enfrentá-lo já não existia antes de Lula, que ocupou o espaço do adversário principal. Se Ciro Gomes ou outro vai tomar a dianteira, é outro papo.

História

A pesquisa, dizem em Brasília, acendeu o sinal de alerta entre os bolsonaristas. Até porque o jogo que vem sendo jogado com o Centrão, o do tal orçamento paralelo, Lula também sabe jogar (melhor até). Convém lembrar que até as urnas de 2022, há uma longa estrada. A história é pródiga em pesquisas apontando candidatos lá embaixo que chegam na frente (como Rui Costa em 2014) e os que largam na dianteira e ninguém pega (Bruno Reis em Salvador ano passado). O próprio Bolsonaro, em junho de 2017, tinha 16%, contra 30% de Lula (que não conseguiu se candidatar). Sempre esteve em segundo, e, na chegada, foi turbinado pela facada. A diferença é que antes ele era pedra; agora é vidraça. Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.