De 2020 para 2021, o rendimento domiciliar per capita médio dos baianos  (soma dos rendimentos de todas as fontes de cada morador do domicílio dividida pelo total de moradores) caiu R$122, saindo de R$ 965 para R$ 843 (-12,6%). É isto que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada pelo IBGE. O resultado foi o segundo pior do país.

Vale ressaltar que a queda desconsidera a inflação do período, ou seja, é uma queda nominal. Em termos percentuais, apenas o Ceará teve pior resultado que a Bahia, alcançando uma redução de -14,3%. Já em termos absolutos, a Bahia fica com a terceira maior queda, atrás do Ceará (- R$ 147) e de Rondônia (- R$ 146).

No Brasil como um todo, a renda domiciliar per capita média também teve uma queda nominal (-0,9%) frente a 2020, quando havia sido de R$ 1.380. O novo valor para 2021 foi de R$ 1.367. De 2020 para 2021, 16 das 27 unidades da Federação seguiram o país como um todo e tiveram recuo nominal da renda domiciliar per capita média.

Com o resultado de 2021, a Bahia caiu quatro posições no ranking nacional do indicador de rendimento domiciliar, indo do 18º lugar em 2020 para o 22º no ano passado. Maranhão (R$ 635), Alagoas (R$ 777) e Amazonas (R$ 800) se mantiveram com os menores rendimentos domiciliares per capita do país em 2021. A Bahia também caiu uma posição no ranking do rendimento domiciliar per capita no Nordeste, de quarto para quinto maior dentre os nove estados da região. (Confira o ranking completo no final da reportagem).

No ano passado, o rendimento médio domiciliar per capita baiano (R$ 843) se manteve bem abaixo (-23,4%) do salário mínimo vigente (R$ 1.100), quebrando a trajetória de diminuição dessa distância que vinha ocorrendo nos anos anteriores. Também houve o aumento da diferença entre a renda domiciliar per capita média baiana e a brasileira, de -30,1% em 2020 para -38,3% em 2021.

Rendimento médio

Sem dividir a renda per capita, o rendimento médio real dos trabalhadores baianos caiu 12,4% entre 2020 e 2021 e foi o mais baixo em 9 anos (R$ 1.661). O movimento de redução do rendimento médio na Bahia se explica principalmente pelo aumento do número de trabalhadores informais, que normalmente têm as remunerações mais baixas, mas também tem a inflação como importante contribuição. Entre 2020 e 2021, o rendimento real do trabalho caiu em quase todos os estados brasileiros, à exceção de Tocantins.

“A economia baiana é caracterizada por ser uma economia de serviços. Mais de 68% da produção interna da Bahia vem de atividades econômicas ligadas ao setor de serviços. Muitas dessas atividades são exercidas por trabalhadores autônomos ou informais, que a remuneração é, em média, mais baixa que a de trabalhadores formais. Os resultados recentes da PNAD Contínua mostram que a Bahia ainda não conseguiu reorganizar as suas principais atividades econômicas prejudicadas pela Pandemia do Coronavírus, afetando, principalmente a classe mais vulnerável de trabalhadores do mercado”, destaca Rafael Sales, consultor econômico da Arazul Capital.

Ranking do rendimento médio domiciliar per capita de 2021:  

Brasil – R$ 1.367
Distrito Federal – R$ 2.513
São Paulo – R$ 1.836
Rio Grande do Sul – R$ 1.787
Rio de Janeiro – R$ 1.724
Santa Catarina – R$ 1.718
Paraná – R$ 1.541
Mato Grosso do Sul – R$ 1.471
Mato Grosso – R$ 1.362
Minas Gerais – R$ 1.325
Espírito Santo – R$ 1.295
Goiás – R$ 1.276
Rio Grande do Norte – R$ 1.109
Roraima – R$ 1.046
Tocantins – R$ 1.028
Rondônia – R$ 1.023
Sergipe – R$ 929
Acre – R$ 888
Ceará – R$ 881
Paraíba – R$ 876
Amapá – R$ 855
Pará – R$ 847
Bahia – 843
Piauí – R$ 837
Pernambuco – R$ 829
Amazonas – R$ 800
Alagoas – R$ 777
Maranhão – R$ 635