Crédito: almiro lopes/Arquivo Correio*

Quase 25 anos após a grande explosão que atingiu uma fábrica clandestina de fogos de artifícios no dia 11 de dezembro de 1998, em Santo Antônio de Jesus, a produção dos artefatos ainda é realidade na região. A tragédia foi tema de uma matéria do Jornal Correio, que relembrou os tristes momentos. No acidente, 64 pessoas foram mortas, em sua maioria com idades entre nove e 17 anos. Todas eram de famílias pobres, a maioria negras, cooptadas pela indústria pirotécnica que crescia no município na época.

Nesta quinta-feira (28), representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) se reunirão com a Prefeitura de Santo Antônio de Jesus para negociar a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta. O objetivo é que a gestão elabore um diagnóstico do trabalho infantil na cidade e políticas públicas contra a prática – não apenas relacionada aos fogos. Caso o documento não seja assinado, o MPT pode mover ação civil pública contra o município.

A produção de fogos em Santo Antônio de Jesus, um dos principais destinos do São João, está camuflada. Trabalhadores que antes confeccionavam o material nas calçadas foram para os quintais ou passaram a ser levados para tendas clandestinas em zonas rurais mais distantes. O material é fornecido por intermediadores de empresários, que comandam a indústria e exploram a mão de obra, afirmam órgãos públicos. Correio da Bahia