Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

No Brasil, 34% dos estudantes de 15 anos repetiram de série ao menos uma vez durante toda a sua vida escolar. Este é o 4º maior percentual entre 79 países e territórios analisados, acima da média de 11,9%, de acordo com um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta terça-feira (29). Acima do Brasil, os territórios e nações com maiores percentuais de reprovação são Marrocos (49,3%), Colômbia (40,8%), e Líbano (34,5%)

Na outra ponta da lista, os países e territórios que menos reprovam são Taipai (China) e Islândia, ambos com 0,9% de estudantes até 15 anos que já repetiram de série; seguidos por Sérvia e Belarus, cada um com 1,4%. No Reino Unido, o índice é de 2,5%; no Canadá, 5,4%; e nos EUA, 9,1%. O estudo “Políticas Eficazes, Escolas de Sucesso” é o 5º relatório da OCDE feito a partir de dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês).

Ele aponta que os países com menores índices de repetência têm resultados melhores em leitura, a área de conhecimento aprofundada no Pisa mais recente. No Brasil, o primeiro volume de dados da avaliação apontou que o país havia ficado estagnado em leitura, e caído na avaliação em matemática e ciências.

Além disso, repetir de ano pode levar ao desinteresse pelas aulas, podendo causar abandono e evasão, uma das preocupações com a interrupção das aulas na pandemia. No ensino médio, os jovens estão deixando as aulas para trabalhar e ajudar nas contas em casa devido à crise econômica provocada pela pandemia. No ensino superior, o impacto é dos alunos que não conseguem pagar a mensalidade ou nem ingressam na faculdade por falta de perspectiva.

Os dados indicam que, em geral, alunos de baixa renda têm três vezes mais chance de repetir de série ao menos uma vez na vida, se comparado a estudantes de maior renda, mas com o mesmo desempenho no Pisa. No Brasil, 51,8% dos que repetiram de ano ao menos 1 vez estavam na parcela mais pobre da população. A maioria dos repetentes (58,6%) eram de áreas rurais ou vilas. G1