O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), falou em live (ao vivo) do Facebook nesta sexta-feira (9) que o aumento do salário dos magistrados é uma decisão do presidente Michel Temer. “Eu ainda não sou presidente. Estão colocando na minha conta o reajuste do Judiciário! Como se eu tivesse poder. A decisão é do presidente Michel Temer”, disse. De acordo com o Bolsonaro, ele já havia falado o que achava sobre o assunto.

 

Uma semana antes, o capitão reformado havia dito que não poderia haver aumento somente para um setor. Sobre a reforma da Previdência, o presidente eleito negou que irá aumentar a alíquota da previdência dos servidores públicos. “Estão falando que eu vou aumentar de 11% para 22% o desconto previdenciário, isso é um absurdo”, disse Jair Bolsonaro.

 

“O jornal O Globo está colocando na minha conta o aumento da previdência”, afirmou e repetiu que ainda não é o presidente do país para tomar tais decisões. “A imprensa quer por na minha conta o mínimo de 40 anos [de trabalho e contribuição previdenciárias para poder se aposentar ]. É um absurdo”, disse. Segundo o eleito, os fatos noticiados estavam em projetos que ele recebeu durante ida a Brasília segundo informações do Folhapress.

 

“Recebi muitos projetos. Nós queremos uma reforma da previdência, mas não vamos começar pelo trabalhador”, disse. Sobre as críticas que recebeu após afirmar que irá extinguir o Ministério do Trabalho, Bolsonaro afirmou que não irá acabar com os direitos. “Eu não vou tirar direito. Está na Constituição. Não vou dar murro em ponta de faca.”

 

O presidente eleito criticou os sindicalistas, que, segundo ele, disseram que os direitos trabalhistas correm riscos. “É muito fácil a vida de sindicalista, não são todos, mas eles ficam lá engordando e criticando”. Ainda sobre as leis trabalhistas, Bolsonaro comparou o país com os Estados Unidos e falou que “o Brasil é o país dos direitos, só não tem emprego” e que sua meta é aumentar o número de empregos.

 

Ele atribuiu a relação direitos e empregos aos empresários com quem conversa. “Os empresários estão falando isso. Ou tem emprego e menos direitos, ou tem direito e menos empregos”. Bolsonaro voltou a defender e elogiar o economista Paulo Guedes, que será ministro da superpasta da Economia.

 

AGRICULTURA
Sobre a escolha de Tereza Cristina (DEM-MS) para a liderança do Ministério da Agricultura, Bolsonaro disse que desde a campanha já havia dito que o setor produtivo iria escolher o nome para a pasta. Bolsonaro afirmou que irá ele próprio escolher o nome para o Meio Ambiente. Os ministérios, que inicialmente seriam fundidos em uma mesma pasta, permanecerão separados.

 

O presidente eleito também fez críticas ao Ibama e aos ambientalistas. “Vocês não sabem o que é produzir no Brasil. Aproximadamente 40% das multas vão para ONGs, eu não sei se isso é verdade, mas se for, vocês já sabem o que vai acontecer”, disse.

 

Bolsonaro lembrou que foi multado em R$ 10 mil por pesca em local proibido, o que ele afirmou ser perseguição, pois no mesmo horário em que a multa foi aplicada, estava no Congresso. O presidente eleito disse que em seu governo o turismo será usado para preservar o meio ambiente e gerar empregos. Ele criticou a demarcação de áreas de preservação ambiental, algo feito, segundo Bolsonaro, pelos “xiitas do Ibama”.