Em ato contra Jair Bolnonaro (PSL) nesta última terça-feira (30), o líder do MTST Guilherme Boulos disse que reconhece o resultado das eleições deste domingo (28), mas que inicia desde já um movimento de oposição ao presidente eleito. “Nós não somos o Aécio Neves”, disse, em referência ao candidato derrotado do PSDB à Presidência em 2014, que pediu auditoria do resultado ao Tribunal Superior Eleitoral.

 

Boulos foi candidato do PSOL nesta eleição a presidência da República e ficou com 0,5% dos votos válidos. “O Bolsonaro se elegeu presidente do Brasil, não imperador do Brasil”, disse. Um presidente tem que “respeitar as liberdades democráticas”, acrescentou, “e não afirmar que as oposições têm que ir para a cadeia ou exílio” segundo o Folhapress.

 

Boulos foi recebido pela plateia com o grito “ô, Bolsonaro, preste atenção, a sua casa vai virar ocupação”. Ele se apressou em dizer que era “uma brincadeira”. Antes, aliados do presidente eleito usaram o grito em campanha para atacar o adversário. “Ele se utilizou disso para atacar e criminalizar o movimento porque é o que sabe fazer”, disse Boulos. Por volta das oito, o ato, que estava parado em frente ao Masp, saiu em caminhada em direção à Consolação.

 

Do outro lado, carros buzinaram contra a passeata e foram vaiados. Além de Boulos, falaram no carro de som o vereador Eduardo Suplicy (PT), que disse que, em vez de reduzir a maioridade penal, a solução para a criminalidade é implantar a renda básica de cidadania -repetitiva bandeira sua.

 

Também falaram líderes de movimentos de esquerda, como a presidente da UJS (braço jovem do PC do B) Carina Vitral, que pregou “reunir os amigos e parentes que foram enganados nos grupos de Whatsapp”. As principais bandeiras do ato foram a oposição a propostas de Bolsonaro como a reforma da Previdência e a escola sem partido.