Agência Brasil

De acordo com a Pnad Contínua, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que faz o retrato do mercado de trabalho no país, o número de pessoas trabalhando cresceu 8,6% no trimestre encerrado em julho de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado, e soma 89 milhões de pessoas

O problema é que 80% desses trabalhadores foram para serviços informais. Pouco mais da metade (53%), em atividades por conta própria (como camelôs, vendedores de comida de rua ou pequenos empreendedores), e todos sem nenhum registro oficial ou segurança social.

É o caso de Lilian Barboza, que trabalhava em uma empresa de decoração de interiores e perdeu o emprego durante a pandemia do coronavírus. “A sensação de perder o emprego é a de o chão se abrir, nós que temos uma família para sustentar, dois filhos”, lamentou. Depois de tentar colocação em outras áreas, Lilian decidiu usar a experiência que teve antes de ser demitida e começou a fazer tijolinhos de gesso para decoração de casas.

“A capacidade do ser humano de se refazer e recomeçar quantas vezes for preciso é um combustível. Ver que o que se faz com amor e dedicação dá certo. Mas é muito difícil. Empreender em um país sem apoio é muito difícil”, disse. Ela ainda pretende se registrar oficialmente como Microempreendedora Individual (MEI) para poder emitir nota fiscal.

Daniel Duque, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), afirma: “De fato, a informalidade cresceu muito durante a pandemia principalmente por conta dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Esse grupo está maior que antes da pandemia”. Para Duque, um dos principais efeitos do aumento da informalidade é a redução do rendimento dos trabalhadores.