Agência Brasil

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, em parceria com a Offer Wise Pesquisas, mostra que 83% dos entrevistados tiveram que fazer cortes ou ajustes no orçamento em 2021, sendo que 59% tiveram que redirecionar o dinheiro para pagamento de contas do dia a dia, 35% para pagar contas em atraso e 25% para economizar e guardar dinheiro.

Entre aqueles que realizaram cortes no orçamento, 55% reduziram as refeições fora de casa/delivery, 48% os itens supérfluos de supermercado e 44% cortaram a compra de vestuários, calçados e acessórios.

A pesquisa aponta ainda que 40% dos entrevistados tiveram que renunciar a produtos ou serviços que compravam, enquanto 32% tiveram que fazer uso de alguma reserva de dinheiro que possuem.

Já 31% ficaram muitos meses com as contas no vermelho (em 2019, antes da pandemia, eram 24%) e 25% ficaram desempregados.

O levantamento mostra ainda que 51% acreditam que as condições da economia em 2021 pioraram em relação a 2020 – 4 em cada 10 avaliam que a própria condição financeira piorou (43%), enquanto 31% acreditam que não melhorou nem piorou, e para 23% houve melhora. Em 2019 – período pré-pandemia –, 26% avaliaram que havia piorado e 30%, melhorado.

Entre aqueles que acreditam que houve piora da situação financeira em 2021, 60% consideram que seu salário/rendimento não aumentou na mesma proporção dos preços dos produtos/serviços, 44% tiveram redução da renda familiar e 35% ficaram desempregados ou tiveram alguém da família que perdeu o emprego.

A respeito das consequências da Covid-19, 7 em cada 10 entrevistados afirmaram que a vida financeira familiar sofreu impacto da pandemia (77%), enquanto 22% garantem que não.

92% deixaram de realizar algum projeto

A pesquisa aponta ainda que os planos e projetos pessoais também foram impactados pelo cenário de crise. De acordo com o levantamento, 92% dos consumidores deixaram de realizar algum projeto que tinham para 2021, principalmente juntar uma reserva de dinheiro (29%), comprar ou reformar a casa (25%), fazer uma grande viagem (25%), pagar dívidas em atraso (20%) e comprar um carro/moto (18%).

Entre os motivos que impediram a realização dos planos, 57% justificaram que foi porque os preços estavam muito altos, 48% devido ao pouco dinheiro que dispunham e que mal permitia pagar as contas e 29% ficaram inseguros em gastar dinheiro.

40% precisaram recorrer a ‘bicos’

Para manter ou aumentar seu padrão de vida, 40% precisaram realizar trabalhos extras; 29% utilizaram o cartão de crédito; e para 17%, mais pessoas da família tiveram que trabalhar.

Entre aqueles que afirmaram ter sido necessário realizar “bicos” para manter ou aumentar o padrão de vida, 19% afirmam estar trabalhando como diarista ou lavando roupa, 19% realizando serviços gerais de manutenção e 17% revendendo produtos.

De acordo com o levantamento, 55% dos consumidores estão insatisfeitos em algum grau com o padrão de vida atual. Por outro lado, 40% estão satisfeitos, sendo que 35% se dizem satisfeitos e 5% muito satisfeitos.

Além disso, 46% alegam ter havido piora do padrão de vida em comparação ao período pré-pandemia. Por outro lado, 25% afirmam ter havido algum grau de melhora, e 26% dizem que está igual.

Com relação aos meios de sustento atuais, 34% exercem trabalho autônomo, 22% trabalham com carteira assinada e 22% fazem trabalhos temporários ou “bicos”.

90% temem por sua vida financeira em 2022

Nove em cada 10 brasileiros possuem algum temor quanto a sua vida financeira em 2022 (90%), sendo os principais: não conseguir pagar suas contas (52%, em 2019 era 39%), não ser possível guardar dinheiro (39%), ter que desistir de consumir coisas que gosta (24%) e não conseguir um emprego (24%).

Considerando as expectativas para o cenário econômico do país em 2022, 63% dos entrevistados esperam um cenário melhor, enquanto 17% não esperam diferença e 9% aguardam um cenário pior.

Entre aqueles que estão otimistas com a economia este ano, 55% são otimistas e acreditam que as coisas podem melhorar mesmo com todos os problemas atuais no Brasil, 46% afirmam que a economia deve se recuperar na medida em que a maioria das pessoas se vacinarem, e 41% esperam que haja recuperação econômica.

Já entre os que estão pessimistas, 47% acreditam que o Brasil continuará sofrendo com os efeitos da crise econômica, 45% não esperam uma recuperação econômica e 45% acreditam que o governo não irá realizar as reformas que o país necessita.

Sobre os projetos pessoais envolvendo planejamento financeiro para 2022, 44% planejam juntar dinheiro, 33% comprar/reformar a casa, 33% sair do vermelho, 28% fazer uma viagem e 25% conseguir um novo emprego. G1