As 'fake news' [notícias falsas, em português] devem ter tido uma influência muito grande no resultado das eleições, porque as histórias tiveram um alcance absurdo. A informação [falsa] das fraudes em urnas eletrónicas com o intuito de contabilizar votos para Fernando Haddad, do PT, alcançou 16 milhões de pessoas nas redes sociais, 48 horas após a primeira volta das eleições e a notícia continuou viva na segunda volta.

 

É o que afirmou o coordenador de campanhas da Avaaz, Diego Casaes, citado pelo jornal Folha de São paulo. “As pessoas conhecem o problema das 'fake news' e têm clareza do impacto negativo que causam, mas as notícias falsas trazem elementos passíveis da verdade, como a montagem do vídeo no caso da informação sobre a fraude nas urnas, por exemplo”, disse.

 

A pesquisa foi realizada pela plataforma Idea Big Data, de 26 a 29 de outubro. Foram entrevistados 1.491 pessoas no país, tendo analisado as rede socias Facebook e Twitter. O estudo também revelou que 85,2% dos eleitores de Jair Bolsonaro entrevistados leram a notícia que Fernando Haddad implementou o 'kit gay' (livro sobre educação sexual) e 83,7% acreditaram na história, que se comprovou ser falsa segundo informações do Folhapress.

 

Dos eleitores de Haddad que foram entrevistados, 61% viram a informação e 10,5% acreditaram nela. O CEO (chefe executivo) e fundador da Avaaz, Ricken Patel, disse que a democracia brasileira está a afogar-se em notícias falsas: “Essas histórias foram armas tóxicas cuidadosamente fabricadas para destruir a elegibilidade de um candidato.

 

E com a ajuda do Facebook e WhatsApp”, afirmou. O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita), Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos, derrotando o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, que teve 44,9% dos votos.