Foto: Alan Santos/Arquivo/PR

O presidente que diz que a vacina contra a Covid causa Aids tem, lamentavelmente, alguns auxiliares importantes na Bahia e o mais vistoso deles é, sem dúvida nenhuma, o ministro da Cidadania, João Roma. Com o mirabolante projeto fura-teto do reajuste do Bolsa Família, Roma se associa a Bolsonaro na tarefa de promover o mais vigoroso ataque à estabilidade fiscal conquistada a duras penas pelo país.

Não é preciso dizer que, com o impacto negativo que a medida já começou a ter sobre a economia, será o pobre o mais atingido por uma proposta que, de acordo com o discurso oficial, visaria protegê-lo. Perspectiva de continuidade de elevação do dólar, descontrole inflacionário e ampliação do descrédito econômico local e internacionalmente são apenas algumas das respostas previstas para a iniciativa populista do presidente.

Que, é bom que se diga, foi integralmente corroborada por seu ministro. As piores consequências, como já se sabe antecipadamente, cairão sobre o colo dos mais vulneráveis. Uma pena que tanto Roma quanto Bolsonaro pensem apenas nos seus próprios interesses eleitorais, hoje em desalinho completo com o Brasil.

O deputado federal eleito pela Bahia, licenciado para assumir a pasta social, teve oito meses para elaborar o projeto que poderia, caso aplicado de forma responsável, representar um alívio para os mais carentes em meio ao fracasso gerencial bolsonarista.

Poderia até ter se constituído num diferencial com ideias que, sem ferir regras elementares à manutenção da saúde econômica da Nação, ajudassem os mais carentes, auxiliando na recuperação da popularidade de Bolsonaro, única preocupação do mandatário.

O que conseguiu produzir, no entanto, mostra que João Roma não tem credenciais pessoais para a empreitada. Sua responsabilidade, junto com a de outros que só pensam em seus projetos políticos enquanto manipulam demandas populares, há de ser devidamente apurada. E, se ocasionar a tragédia que se espera, precisa ser respondida nas urnas. Política Livre