Foto: João Salvador

Terceiro treinador do Vitória em 2019 e demitido no último domingo, Osmar Loss durou pouco mais de dois meses e dez jogos. Apesar do curto período no clube, o menor entre todos os técnicos que passaram pelo Rubro-Negro no ano, Loss foi o que teve maior tempo para trabalhar e ajustar a equipe. Além da pausa no calendário na Copa América, o treinador conviveu com folgas durante a semana. Não funcionou.

Osmar Loss deixa o Vitória com 26,6% de aproveitamento. Ele supera Cláudio Tencati, que teve 23,8% e fica atrás de Marcelo Chamusca, com 38%. Contudo, embora com rendimento superior ao do seu antecessor, ele entrega o time em situação ainda pior. Loss pegou o Vitória na 18ª posição na tabela da Série B do Campeonato Brasileiro e deixa o Rubro-Negro na 19ª colocação.

O agora ex-treinador do Vitória teve quase um mês para ajustar o time durante a pausa da Copa América. Nesse período, o Rubro-Negro praticamente não folgou e ficou em plena atividade na Toca do Leão. No retorno da Série B, o time ainda contou com alguns jogos semanais e, portanto, que deram mais tempo para Osmar Loss implementar a sua filosofia de jogo.

Além do tempo, Osmar Loss trabalhou no Vitória em uma “quase reclusão”. Por determinação do presidente Paulo Carneiro, praticamente todos os treinos do time passaram a ser fechados para a imprensa. Dessa forma, é impossível dizer com convicção o que foi treinado e colocado em prática durante os jogos. Seja o que for, a estratégia não ajudou.

Entre os problemas do trabalho de Osmar Loss está o sistema defensivo (o que não deixa de ser surpresa). O treinador, que perdeu sua zaga titular por lesão nos últimos jogos (Zé Ivaldo e Everton Sena), não conseguiu ajustar a defesa do time, que seguiu sofrendo gols (é a mais vazada da Série B, com 26 em 14 jogos). Mudaram-se as peças, permaneceram as falhas, individuais e coletivas.

Na frente, Loss também fez ajustes ao longa sua passagem. E aí surge outro ponto que gerou críticas ao treinador. Na partida contra a Ponte Preta (melhor exibição do Vitória sob seu comando), o treinador viu o time se comportar bem com Chiquinho jogando na linha de frente e Lucas Cândido como lateral. A mudança, porém, acabou por aí, e nos jogos seguintes ele começou com Capa mais à frente e Chiquinho como lateral novamente. Não deu certo, e o Vitória conquistou um ponto de seis disputados.

Diante de tantas mudanças na temporada, sejam elas no time e corpo técnico, é incógnita a bola da vez no Vitória. No anúncio da demissão de Osmar Loss, no domingo, Paulo Carneiro afirmou que não tinha outro treinador encaminhado. Com a Série B perto do fim do primeiro turno, o Vitória vai ficar cada vez mais sem tempo. São dois pontos para o primeiro time fora da zona de rebaixamento e 12 para o primeiro no G-4. Globoesporte