Arisson Marinho/CORREIO

Bahia de Feira e Atlético de Alagoinhas já fizeram história em 2021. Coube aos dois times fazerem a final do Campeonato Baiano, a primeira da história mais que centenária do estadual a ser realizada entre dois times do interior. Após o Estádio Carneirão, em Alagoinhas, receber o jogo da ida, no domingo passado, o palco da partida decisiva e da festa do título será a Arena Cajueiro, em Feira de Santana. A bola rola a partir das 16h deste domingo.

No jogo de ida, as duas equipes fizeram um jogo tão emocionante que todos os gols do resultado de 2×2 foram marcados a partir dos 30 minutos do segundo tempo, com os dois últimos já nos acréscimos.

Jarbas e Adriano Ferreira deixaram o time de Feira duas vezes na frente, enquanto o atacante Ronan fez os dois do Carcará. Como o Baianão não prevê vantagem para o time de melhor campanha, um outro empate, seja qual for o placar, leva a disputa para os pênaltis. Se alguém vencer, obviamente, é o campeão. O título do Campeonato Baiano, às vezes visto como obrigação protocolar pela dupla Ba-Vi, no interior ganha ares de ineditismo a depender de quem levantar a taça.

Em campo, estarão dois times que disputam a final pela terceira vez. O Bahia de Feira tem um título e um vice, conquistados em 2011 e 2019, respectivamente. Já o Atlético busca o primeiro troféu estadual da primeira divisão em sua história. Campeão da segunda em 2018, o clube fundado em 1970 chegou à final da elite em 1973 e em 2020 e ficou como vice-campeão nas duas oportunidades.

A taça é o grande objetivo, mas não é só ela que está em jogo. O campeão também garantirá uma vaga na fase de grupos da Copa do Nordeste 2022, que terá ainda Bahia (na fase de grupos) e Vitória (fase preliminar) como representantes do estado na competição regional. Caso o Leão avance, será a primeira vez desde 2017 que a Bahia terá três times na fase de grupos de uma edição de Lampions.

Campo sintético
O ineditismo da final de 2021 não se resume à presença de dois times do interior. A Arena Cajueiro tem gramado sintético, em que a bola ‘corre mais’ do que em gramados comuns.

O Atlético chegou a se mudar de Alagoinhas para Serrinha durante a semana para treinar no estádio municipal Mariano Santana, que tem o mesmo piso do palco da decisão. “Os primeiros 15 minutos são muito importantes, mas temos consciência de que sabemos não só jogar lá atrás, mas jogar em linha média ou em linha alta. Não vamos esperar o resultado lá atrás. Nosso time é leve, de transição rápida e sabe defender e atacar bem”, diz Luiz Matos, diretor de futebol do Carcará. O elenco treinou em Serrinha de quarta-feira até sábado.

Já o presidente do Bahia de Feira, Jodilton Souza, que dá o nome oficial ao estádio do clube, minimizou uma possível vantagem do Tremendão por causa do piso sintético. “O gramado não beneficia somente o Bahia de Feira, e sim qualquer equipe que venha jogar. A vantagem é para o time que é mais técnico, que venha jogar bola. Se conseguimos tirar proveito disso é porque o gramado só utilizou o potencial do time”.

As campanhas
Por ter melhor campanha, o Bahia de Feira fará o jogo de volta da final em casa. O time foi o segundo colocado da fase classificatória e teve vantagem desde a semifinal, quando enfrentou o Bahia. Ao todo, são cinco vitórias, três empates e três derrotas do tricolor feirense, com 17 gols marcados e nove sofridos nas 11 partidas.

O Tremendão vai quase completo para o duelo final. A exceção é o zagueiro Paulo Paraíba, remanescente do título de 2011, com problemas físicos. Ele já tinha sido desfalque no primeiro jogo da decisão, em Alagoinhas. Com isso, é provável que o técnico Oliveira Canindé repita a escalação do jogo de ida.

Do outro lado, um Atlético que teve autoridade para eliminar na semifinal a Juazeirense, líder da primeira fase. Ao todo, a campanha é composta por cinco vitórias, dois empate e cinco derrotas até o momento.

O Carcará marcou 16 gols e sofreu 15. Maior artilheiro da história do clube, o experiente atacante Robert havia testado positivo para covid-19, mas após testar negativo em contraprova, estará apto para a decisão. Ele é reserva no time do técnico Sérgio Araújo, que tem como dúvidas o lateral esquerdo Radar e o meia Miller. Ambos saíram machucados durante o empate de 2×2 no Carneirão. O mistério será mantido até momentos antes da bola rolar. (Correio da Bahia)