Foto : Valter Pontes/Secom PMS

O prefeito ACM Neto falou mais uma vez, nesta última segunda-feira (20), sobre a primeira fase de reabertura do comércio em Salvador, depois que as taxas de 75% de ocupação dos leitos de UTI, fator determinante para retomada das atividades, foram alcançadas no domingo (19). No boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no início da noite do domingo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI em Salvador estava em 77%. Horas depois, caiu para 75%. Segundo o prefeito, o percentual abaixou depois da ativação de novos leitos no hospital de campanha da Arena Fonte Nova.

“Ontem nós começamos o dia com 77%. Depois que houve a atualização, pela entrada de 16 leitos da Fonte Nova, caiu para 75%. Foi um esforço feito juntamente pela prefeitura e governo do estado, para oferecermos cada vez mais leitos na capital. A partir de ontem [domingo, 19] começamos a contagem e vai ser preciso que a gente tenha pelo menos cinco dias com a taxa de 75% ou menos para darmos início à fase de reabertura do comércio”, disse ACM Neto. O prefeito disse, mais uma vez, que os estabelecimentos comerciais previstos na primeira fase da ativação foram analisados de forma técnica.

“Não é o prefeito ou o governador que decidem, discricionariamente, por um ato da vontade pessoal a abertura de shopping na primeira fase, e bares e restaurante na segunda. Eu não tenho nenhum prazer em manter as atividades suspensas. Nós levamos em consideração a opinião cientifica e a orientação técnica. Se a gente abrisse tudo ao mesmo tempo, haveria um estouro no numero de casos da Covid e a abertura já traz, por si só, o risco de aumento no número de casos”, ponderou o prefeito.

Com a contagem dos cinco dias para que o percentual se mantenha, antes da iniciação da reabertura do comércio, o prefeito pediu a colaboração da comunidade, para que as atividades sejam retomadas. “Nossa expectativa é que a gente possa, se tudo der certo e mantida a atual demanda, a partir de sexta feira (24) autorizar de fato o início da primeira fase e a retomada das atividades encerradas no princípio da pandemia. Cada um tem que fazer a sua parte, porque essa retomada exige postura responsável de cada um de nós, para que seja feita com segurança, para que não signifique alívio a curto prazo e problema a longo prazo”, avaliou ACM Neto.

“Todo mundo tem que se empenhar, não tem jeito. Do momento em que sair de casa, com máscara, tomar o transporte publico sem aglomerações e higienizar as mãos sempre. E claro, respeitar as regras e protocolos estabelecidos pela prefeitura”. O prefeito falou também sobre a interdição de uma grande rede de material de construções na Avenida Paralela, no domingo (19). O local tinha aglomeração e descumpria regras de utilização de apenas 50% do estacionamento.

“É por isso que eu peço que todo cidadão seja também um fiscal e nos ajude. Essa interdição foi consequência de denúncias que eu próprio recebi e pedi ao secretário que mobilizasse uma equipe para ir à loja. Chegando lá, constatamos que todas as regras que impedem a aglomeração não estavam sendo cumpridas, então interditamos a loja. Toda a equipe da prefeitura estará mobilizada para assegurar o cumprimento dos decretos”, disse o prefeito. Durante a coletiva, o prefeito reforçou ainda a questão do adiamento das festas em Salvador.

ACM Neto falou novamente sobre a não realização do Festival Virada, que marca o ano novo na capital baiana, e o carnaval no mês de fevereiro, caso não haja vacina para a Covid-19. “Todo o nosso calendário de eventos está bastante comprometido. Não tivemos Festival da Cidade em março, não tivemos São João, não vai acontecer o Festival da Primavera. Não estão acontecendo centenas de eventos que tem o apoio do poder público. Estamos acompanhando o nosso limite para tomar decisão sobre réveillon e carnaval, que é novembro”, pontuou o prefeito.

“Se não tiver carnaval, é óbvio que não vai ter Lavagem do Bonfim, não vai ter festa de Iemanjá, nem Santa Bárbara. A tendência é essa. Ninguém vai ser doido de deixar realizar um evento que reúne milhares de pessoas, não tem como autorizar uma coisa dessas sem vacina, sem garantia da imunidade”. Ele também reforçou que há expectativa para a realização do carnaval no início de julho. Segundo o prefeito, a situação está sendo conversada com os prefeitos do Rio de Janeiro e São Paulo.

“Se depender de mim será uma decisão nacional, capitaneada por grandes cidades brasileiras, que definam o ajuste do calendário do carnaval para julho. Pode ser que a decisão seja antecipada de novembro, em função do diálogo que estou travando com prefeitos de São Paulo e Rio.O limite de decisão dessas cidades é antes de Salvador, por causa do desfile das escolas de samba.Estou conversando com empresários, produtores culturais e trabalhadores do setor e há o sentimento crescente de antecipação da decisão, para que haja planejamento e organização. Os epidemiologistas e infectologistas com quem converso têm todos os indicativos de que até fevereiro não teremos vacina acessível a todos. Sem vacina não haverá Festival da Virada e Carnaval, não em fevereiro”. G1