Escudero não vai ficar no Vitória. Na tarde desta quarta-feira (3) ambas as partes emitiram notas oficiais confirmando o fim das negociações para que o meia assinasse com o clube em contrato até o final do ano. As explicações de cada lado não batem. Em resumo, o argentino disse que o acordo foi modificado diversas vezes: “me senti tratado como um moleque nessa negociação pelas partes envolvidas”, publicou.

Já o Vitória disse que o desentendimento aconteceu entre Escudero e os seus agentes, e que o clube cumpriu a promessa contratual: “o atleta não permanecerá no Clube por um desentendimento dele com os seus empresários”, publicou.

De fato, na nota, Escudero não especificou se o desrespeito partiu do Vitória ou dos intermediários: “Infelizmente as pessoas que levaram adiante a negociação acabaram atrapalhando muito o processo para eu ficar”.

Desde segunda-feira (1º) o Correio apurou que a proposta financeira inicial não havia agradado Escudero. Rafael Carvalho, que estava à frente da negociação, não é o agente oficial do argentino, mas sim um empresário baiano que se ofereceu para realizar a intermediação.

O meia continua as críticas para ambos os lados: “Ontem saí do Barradão às 22h30, mas não foi resolvido nada. Hoje (quarta-feira) o Rafael Carvalho (empresário que fez a intermediação) me enviou uma mensagem falando que o presidente já tinha o contrato na mesa e que era para eu ir no Barradão assinar. Fui no clube e quando cheguei lá, o acerto era diferente do qual Rafael tinha me passado. Então isso foi a gota d’água que acabou por eu tomar a decisão de não ficar no Vitória. Sendo que essa foi a terceira vez que me sentei (só hoje foram duas vezes) na frente do presidente para assinar e acabou não acontecendo”.

Na sua nota, o clube destacou a frase: o Vitória está acima de qualquer atleta. “Desde a sua chegada na Toca do Leão, havia uma proposta formatada para o jogador, que demonstrou interesse e concordância. Proposta esta que se manteve de pé até o fim das negociações, com o clube, ainda assim, flexibilizando algumas partes do acordo. O clube não mediu esforços para a permanência do meia e ressalta que o atleta não ficou por conta de desentendimentos entre o argentino e seus representantes”, publicou.

Escudero deixou claro que a proposta financeira não lhe agradou: “Eu falei para o presidente que com esse contrato eu tinha que tirar dinheiro do meu bolso para viver. E ele se comprometeu a procurar uma solução, mas já foi muito tarde”.

No entanto, diz que a decisão de desistir do Vitória não ocorreu por questões financeiras: “Quero que fique bem claro que não foi dinheiro o problema e sim muito amadorismo das partes envolvidas para fechar uma negociação que era muito simples sempre desde que todos nós falássemos a mesma língua”.

Intermediário desconversa

Empresário baiano que ficou responsável pela intermediação, Rafael Carvalho desmentiu a nota do Vitória, dizendo que não houve desentendimento entre ele e o atleta: “Não houve nada disso, pelo contrário, eu e Escudero somos amigos e inclusive eu estava com ele até agora há pouco (início da noite desta quarta-feira). Não teve nada, mas é claro que, quando uma negociação que tomou tanto tempo não é encarrada com sucesso, fica uma energia negativa”, disse.

Ele explicou o desfecho negativo: “Não houve um consenso na proposta que o clube apresentou ao jogador, é simples. Isso acontece em toda negociação, ela pode ser fechada ou não. Fizemos tudo o que foi necessário para o negócio acontecer, mas alguns detalhes pesaram no final. São questões particulares, não quero expor os detalhes”. (Correio da Bahia) Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória