Crédito: Alberto Maraux/SSP-BA

A ação que resultou na morte da indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, no sul da Bahia, foi organizada por cerca de 200 fazendeiros através de um aplicativo de mensagens, em um grupo autointitulado “Invasão Zero”. As informações são do Ministério dos Povos Indígenas (MPI).

De acordo com o MPI, a mobilização aconteceu na Fazenda Inhuma, na região de Potiraguá. A área foi ocupada por indígenas no último sábado (20), por ser considerada pelos Pataxó Hã Hã Hãi como de ocupação tradicional.

No entanto, os fazendeiros e comerciantes cercaram a área com dezenas de caminhonetes e tentaram recuperar a propriedade, sem decisão judicial. Confira abaixo a mensagem que foi distribuída através do Whatsapp:

“O Movimento Invasão Zero, de forma ordeira, segura e pacífica, convoca em caráter de urgência, todos os produtores rurais, agricultores, comerciantes e proprietários em geral a comparecerem amanhã, dia 21 de janeiro de 2024, às 10h, na ponte do rio Pardo para ação de reintegração a fazenda invadida. NA BAHIA, INVASÃO DE PROPRIEDADE NÃO SE CRIA.PONTO DE ENCONTRO: Ponte do Rio Pardo, entrada para Pau Brasil [cidade do sul da Bahia]”

Dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que vitimaram Maria Fátima Muniz de Andrade. O cacique Nailton Muniz Pataxó também foi baleado, mas sobreviveu.

Um indígena que portava uma arma artesanal, também foi detido. Segundo a Polícia Militar, um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável. De acordo com a PM, ao menos outras sete pessoas ficaram feridas.

Entre os feridos está uma mulher que teve o braço quebrado. Outras pessoas que se machucaram foram hospitalizadas, mas não correm risco de morte. G1