A morte do petista Marcelo Arruda, assassinado no último sábado (9) enquanto comemorava seu aniversário em Foz Iguaçu, no Paraná, trouxe para o meio político baiano o debate sobre o aumento da violência política e as ações que precisam ser tomadas para evitar que episódios como esses voltem a ocorrer. Quatro dos cinco pré-candidatos ao governo baiano fizeram o movimento de puxar o assunto para a esfera pública.

A única exceção foi justamente o líder nas pesquisas de intenção de voto: ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador.

No dia do homicídio, ACM Neto cumpriu agenda ao lado de Cacá Leão (PP), candidato de sua chapa ao Senado, nas cidades de Itaberaba e Utinga. A pauta principal foi colocar o hospital municipal de Itaberaba para funcionar. Ele também fez críticas ao que classificou como falta de apoio do PT aos pequenos e médios produtores do interior do estado.

De sexta (8) a domingo (10), ACM Neto percorreu dez municípios pelo Sul da Bahia e cumpriu agenda em todos eles sem mencionar o caso. No domingo, em Palmeiras e Canavieiras, teceu críticas à gestão petista na educação e prometeu melhorias para educadoras e educadores da região.

Já na segunda-feira (11), ACM Neto ficou em Salvador e recebeu aliados do interior, incluindo candidatos petistas e peessedistas, ou seja, da base adversária, que declararam apoio à sua candidatura. À noite, o pré-candidato carlista participou de evento em Rio Sena, no Subúrbio Ferroviário, no que foi o seu primeiro ato de pré-campanha na capital.

Candidatos mais à esquerda, Jerônimo Rodrigues (PT), Kleber Rosa (PSol) e Giovani Damico (PCB) condenaram o homicídio de Marcelo Arruda e tensionaram contra discursos armamentistas do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Jerônimo Rodrigues afirmou que repudia a intolerância política e classificou o episódio como “gravíssimo e inaceitável”. Ele ainda lembrou que é preciso pensar estratégias para que a intolerância não vire “rotina” no país.

Kleber Rosa disse estar consternado com o homicídio que vitimou o petista, que era guarda municipal. O psolista salienta que não há dúvidas de que se trata de um crime decorrente de “violência política” e da “cultura de ódio” fomentada pelo presidente Jair Bolsonaro.

O comunista Giovani Damico afirmou que o assassinato do petista mostra um país que carece por justiça e precisa ser reconstruído, através da mobilização da sociedade para que o caso não volte a acontecer.

Candidato da extrema-direita, João Roma (PL) foi o quarto a se manifestar. Segundo o liberal, que repudiou a ação, o diálogo deve sempre prevalecer em quaisquer circunstâncias. “Lamento profundamente o triste episódio que resultou na morte de Marcelo Arruda no final de semana. Tem o nosso repúdio toda e qualquer prática que ameace o direito à justa e merecida liberdade do nosso povo. Em qualquer discussão, o diálogo deve sempre prevalecer, jamais a violência”, afirmou ele, em entrevista a rádio Brado, na segunda-feira (11). BNews