Um dos adolescentes suspeitos de participar do crime contra o jovem agredido e queimado vivo por ser homossexual, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, se apresentou na delegacia da cidade. Outro suspeito, de 14 anos, confessou o crime na última semana e já está apreendido. A princípio, polícia investigava uma suposta discussão como motivo do crime entretanto, após apuração, foi descoberto que a motivação foi homofobia.

De acordo com o delegado que está à frente do caso, Rivaldo Luz, o adolescente de 16 anos, foi com um advogado à delegacia, na última sexta-feira (17), por volta das 17h e prestou depoimento por cerca de 1h.

“Ele diz que não matou, mas ajudou a arrastar o corpo. De alguma forma ele participou. Só em ver uma agressão dessa, e você ter arrastado um corpo de uma vítima de pedrada na cabeça, sem tomar nenhuma providência, arrastar, sabendo que o outro vai atear fogo na vítima, é uma participação sem dúvidas”, disse o delegado.

O adolescente foi ouvido e liberado, mas a polícia informou que assim como a promotoria, vai pedir a internação dele. “Nós estamos, agora de manhã [segunda-feira], concluindo o procedimento. Quem pede a internação é o promotor, nós também pedimos a internação. Estamos enviando o inquérito já pronto, relatado para o promotor”, disse.

A previsão é o que o adolescente de 16 anos seja apreendido ainda nesta segunda-feira (20). O adolescente de 14 anos, que confessou o crime, já foi apreendido e transferido de Luís Eduardo Magalhães, para Salvador, onde também vai cumprir a medida socioeducativa.

Guilherme de Souza, de 21 anos, estava voltando para casa na madrugada de domingo (12), quando foi abordado pelo adolescente de 14 anos. Ele foi apedrejado e quando ficou inconsciente, foi arrastado e levado para uma casa abandonada, onde teve o corpo queimado.

Ao ser apreendido, o adolescente de 14 anos disse que o crime foi motivado por uma briga, após Guilherme ter xingado a mãe dele. Durante as investigações, contudo, a polícia descobriu que a motivação do crime era homofobia.

No sábado (18) à tarde, amigos e familiares de Guilherme fizeram uma caminhada pelas ruas de Luís Eduardo Magalhães pedindo justiça pelo caso. O corpo do jovem ainda não foi enterrado pois precisa passar por exame de DNA para reconhecimento e o resultado está previsto para sair esta semana. G1