A ANM (Agência Nacional de Mineração) propôs uma resolução para acabar com todas as barragens a montante no país até o dia 15 de agosto 2021. A proposta ficará aberta ao público para contribuições e deve ser publicada no Diário Oficial da União da próxima 2ª feira (18.fev.2019).

Desde 2016, poucos meses após o desastre de Mariana (MG), é proibida a construção de novas barragens nesse modelo. A resolução da ANM classifica como controversas a eficiência e segurança do método a montante e cita episódios de rompimentos de barragens dos últimos anos, como a de Brumadinho e Mariana.

“Considerando o histórico recente de rompimentos de barragens de mineração, notadamente da Barragem B1 da Mina Retiro do Sapecado, em 10 de setembro de 2014, localizada no Município de Itabirito, Estado de Minas Gerais; da Barragem de Fundão da Mina Germano, em 5 de novembro de 2015, localizada no município de Mariana, Estado de Minas Gerais; e da Barragem B1, da mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro de 2019, no município de Brumadinho, Estado de Minas Gerais”, diz o texto.

No método a montante, os diques de contenção se sustentam sobre os rejeitos ou sedimentos previamente depositados. No modo a jusante, é feito 1 dique inicial, e o alteamento é feito do material de empréstimo ou do rejeito.

No modo linha de centro também é construído 1 dique inicial, mas o alteamento é feito de modo que o eixo se mantém na posição inicial, coincidente com o dique de partida. Em nota, a agência diz que o modelo a montante era o mais usado nas décadas de 1970, 1980 e 1990 por ser mais barato.

“Constata-se que este método não pode mais ser tolerado na atualidade, uma vez que crescem os registros de acidentes relacionados a este método construtivo, bem como se observa que várias destas estruturas já ultrapassam algumas dezenas de anos de vida útil, além de terem sido alteadas ao longo dos anos, o que aumentou paulatinamente a carga de rejeitos em suas bacias”, consta na mensagem da ANM.

Hoje existem 84 barragens desse tipo no Brasil, das quais 43 são consideradas de alto dano potencial, ou seja, quando o rompimento causa perda de vidas e prejuízos sociais, econômicos e ambientais. (Poder360) Foto: G1