Agência Brasil

Aliados do presidente Jair Bolsonaro classificaram de um “erro”, que pode ser “fatal”, a decisão dele de ter como seu candidato a vice na campanha da reeleição o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e atualmente assessor especial da Presidência da República.

Líderes do Centrão estavam tentando convencer Bolsonaro a escolher a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina como a companheira de chapa.

Segundo um líder do Centrão, a decisão de Bolsonaro, que ele oficializou no domingo (26) durante entrevista para um canal na internet, o 4 por 4, já era esperada nos últimos dias, depois que o presidente chegou a admitir uma mudança no nome de seu vice, admitindo a hipótese de trocar Braga Netto por Tereza Cristina, mas não fez nenhum movimento para conversar com a ex-ministra da Agricultura sobre o tema.

A equipe do comitê de reeleição avaliava, com base em pesquisas, que a escolha de uma mulher, com excelente trânsito no agronegócio, ajudaria o presidente Jair Bolsonaro voltar a crescer nos levantamentos de intenção de voto. E também contribuiria para reduzir a rejeição do público feminino à candidatura do presidente da República à reeleição.

Agora, destacam aliados de Bolsonaro, se a economia não melhorar neste segundo semestre, dificilmente o presidente vai voltar a crescer nas pesquisas, ficando estacionado na casa dos 30%. Ele pode, de acordo com sua equipe, passar para o segundo turno, mas nesse cenário, com um vice general e a economia ruim, não ganha na etapa decisiva da eleição.

Bolsonaro disse que vai anunciar nos próximos dias o nome de Braga Netto como seu candidato a vice. O presidente sempre teve uma preferência pelo ex-ministro da Defesa como uma espécie de seguro contra um eventual processo de impeachment num segundo mandato.

O presidente teme que o Centrão, com um vice ligado ao grupo, possa repetir com ele o mesmo que o MDB fez com a ex-presidente Dilma Rousseff. Com o apoio de emedebistas, o Congresso abriu e aprovou o impeachment da petista, assumindo o seu então vice Michel Temer. Por Valdo Cruz/G1