Novos integrantes da base aliada do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), correligionários do presidente Jair Bolsonaro (PSL) têm provocado confusão na gestão do democrata. Nomeado por Neto como secretário municipal de Trabalho, Esportes e Lazer no final de 2018, Alberto Pimentel, marido da presidente do PSL na Bahia, a deputada federal Dayane Pimentel, causou polêmica ao colocar extraoficialmente na pasta o policial militar Jorge Bruno Guimarães de Souza.

Mesmo não tendo sido nomeado, o PM participa da gestão e tem sido alvo de críticas por ser réu em um processo por agredir a ex-namorada. A presença não oficial do militar no governo fez a Câmara de Salvador aprovar um requerimento, nesta segunda-feira, 18, para que Pimentel preste esclarecimentos na Casa. Foi a primeira vez que o Legislativo aprovou uma convocação de um secretário municipal sob pena de responder por crime responsabilidade.

Aliado de ACM Neto, o presidente da Câmara, Geraldo Júnior (SD), tem feitos duras críticas a Alberto Pimentel. Em entrevista à Rádio Itapoan, disse que o secretário “não tem a sensibilidade para estar no mundo público” e “está fechado para a cidade”. Perguntado sobre as declarações, o prefeito se esquivou. “Não tive a oportunidade de ver. Não posso opinar”, afirmou.

Por meio de nota, Pimentel confirmou que vai ao Legislativo municipal e declarou que “será uma oportunidade para demonstrar que essa é, na verdade, uma tentativa de fabricar uma crise a partir de informações que não são corretas”. Ele ainda nega que Jorge Guimarães de Souza tenha agredido a ex-namorada. “O processo foi arquivado duas vezes por falta de provas e agora aguarda nova decisão do juiz”, diz o secretário.

Nas redes sociais, o casal Pimentel tem atacado a imprensa. O secretário chegou a dizer que a esposa do PM abortou após a repercussão do caso. “Na tentativa de assassinar a minha reputação e da minha esposa Dayane Pimentel, acabou causando a morte de um bebê”, afirmou.

Mais polêmicas
Deputada federal mais bem votada entre os partidos de oposição ao governador Rui Costa (PT), Dayane Pimentel também tem sido criticada dentro do próprio PSL baiano por dar pouca atenção ao partido. Além dela, a sigla elegeu Capitão Alden e Talita Oliveira para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

“Eu acredito que ela tenha suas responsabilidades enquanto deputada, como nós também temos. Mas, se a pessoa se coloca na posição de presidente, tem que encontrar um momento para isso. Desde o dia 8 de outubro, não tivemos um contato oficial com ela. Precisamos montar os diretórios, as comissões provisórias porque o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) baixou uma resolução sobre isso”, declarou Alden, ao reclamar também de não participar de indicações da legenda. (Informações da Veja) Foto: Divulgação