O aumento do número de pacientes internados com Covid-19 na Bahia tem refletido na alta procura de bolsas de sangue por parte dos hospitais, segundo informações da a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). De acordo com o órgão, desde março do ano passado, quando começou a pandemia, 1.056 bolsas de sangue foram enviadas para hospitais de campanha em todo o estado.

No banco de sangue de um dos principais hospitais de alta complexidade de Salvador, quase 40% das bolsas de sangue utilizadas são para pacientes em leitos de UTI exclusivos para Covid-19. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que doações de sangue no Brasil caíram, em média, 20% entre 2020 e 2019.

Na Bahia, este número gira em torno dos 10% e a situação não é mais grave porque cirurgias eletivas estão suspensas em todo o estado até o final de janeiro. Os sangues do tipo “O+” e “O -” são os que mais estão em falta nos bancos de sangue da Bahia. Segundo o diretor do Hemoba, Fernando Araújo, as demandas que o órgão possui em condições normais continuam sendo atendidas.

No entanto, outras unidades solicitam bolsas de sangue para tratamento de pacientes internados nos hospitais de campanha e aumenta a necessidade de mais doações. “Por um lado, a gente não para aquilo que já é habitual. Por outro lado, temos que suprir as ocorrências dos agravos de quem tem ou de quem teve Covid-19”, disse Araújo.

Uma das soluções adotadas por um hospital de alta complexidade Salvador foi incentivar uma espécie de “corrente” entre os familiares dos pacientes. “A gente já tem isso como uma política, de estar abordando os familiares de pacientes que necessitam do sangue, para que possam ajudar”, disse Cyntia Lins, coordenadora da UTI adulta da unidade. Segundo o hospital, mais de 950 transfusões foram feitas somente entre maio e outubro do ano passado. G1