Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O vice-presidente da República, general da reserva Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira que não vê “problema nenhum” se o presidente Jair Bolsonaro escolher um outro vice para montar uma chapa para tentar a reeleição em 2022.

Em entrevista à Reuters, após coletiva de imprensa com jornalistas de veículos estrangeiros, Mourão afirmou que seria “ótimo” fazer parte dessa futura chapa, mas minimizou uma eventual preferência de Bolsonaro por outro nome.

“O presidente já manifestou o desejo de reeleição e se ele quiser que eu continue ao lado dele, ótimo, mas se não quiser e precisar de uma outra pessoa para fazer uma composição distinta de chapa, para mim não há problema nenhum. Estou aqui para servir ao Brasil e o governo do presidente”, disse.

Mesmo com apenas sete meses de mandato, Bolsonaro já revelou que pode se candidatar à reeleição no próximo pleito e especula-se que ele poderia negociar a vaga de companheiro de chapa com outro partido e com setores evangélicos.

Bolsonaro e Mourão chegaram a divergir publicamente no começo de governo, o que teria causado um certo desgaste na relação entre eles. O vice revelou que o presidente pediu que diminuísse a exposição pública.

Mourão minimizou a saída de militares do governo e disse não acreditar que isso represente um perda de força. Nos primeiros meses de governo, os militares chegaram a ser apontados como moderadores e ponto de equilíbrio de uma gestão marcada por decisões e opiniões polêmicas.

“Ao substituir o general Santos Cruz ele colocou um ministro oriundo da área militar e general da ativa”, argumentou Mourão.

“Não vejo que os militares estivessem lá para tutelar o presidente ou controlar, e cada um está lá para cumprir sua tarefa. Vejo como perfeitamente normal fazer essas trocas dentro da visão que ele julga melhor para cumprir objetivos”, acrescentou.

Ruídos na equipe de governo causaram a queda de alguns militares, em particular do general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, que comandava a Secretaria de Governo. Rodrigo Viga Gaier, Reuters