Foto: Alan Santos/PR

Em discurso na manhã desta quarta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que sua condução da pandemia de Covid-19 foi bem-sucedida. “Eu não errei nenhuma durante a pandemia”, disse Bolsonaro em Jucurutu, onde visitou as obras da barragem de Oiticica e acompanhou a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco ao estado.

Desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, o Brasil registrou mais de 630 mil mortes pela doença, o que faz do país o segundo em número de óbitos causados pelo novo coronavírus , atrás dos Estados Unidos. A conduta do governo federal durante a crise tem sido alvo de múltiplas investigações.

Em sua fala, Jair Bolsonaro disse que sua esposa, Michelle Bolsonaro, era filha “de um cabeça chata, de um cearense”. Em live nas suas redes sociais na última quinta-feira (3), Bolsonaro chamou seus assessores de “pau de arara”. A agenda oficial do presidente começou por volta das 9h com a chegada dele a Jucurutu, após um trajeto de cerca de 20 minutos, de helicóptero, entre Caicó e o município.

Em Jucurutu, junto com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e outros ministros, o presidente visitou as obras da Barragem de Oiticica. Esse será o primeiro reservatório a receber a água da transposição no estado e, segundo o governo federal, deverá atender cerca de 330 mil pessoas de oito cidade potiguares. As obras são realizadas pelo governo do estado e são orçadas em R$ 675 milhões. Cerca de R$ 300 milhões foram investidos pela União desde 2019, segundo o MDR. Durante o discurso, Bolsonaro atribuiu a interesses políticos do governo do Rio Grande do Norte, responsável pela construção.

“A gente lamenta não podermos ainda fechar a barragem para encorpar e realmente represar água, porque virou uma questão política por parte da governadora. É dar atenção a minorias que lutam pelo direito a não barragens. O que é isso? Por causa de 10 ou 15 famílias, isso não é concluído. Espero que em breve possamos pegar essas pessoas e alocar em um local adequado para elas. Não pode 15 pessoas prejudicar mais de 300 mil que vivem na região do Seridó”, afirmou Bolsonaro.

A Secretaria de Recursos Hídricos do Estado afirmou que as famílias citadas pelo presidente são 14 da comunidade Carnaúba Torta – localizada em uma das áreas que serão inundadas. Segundo o secretário João Maria Cavalcanti, o acordo com as famílias já foi concluído e elas serão transferidas nos próximos dias para novos imóveis na agrovila de Jucurutu. Por outro lado, ele afirma que há mais de 4 mil pessoas na área da barragem.

“Um governo como o nosso não vai inundar sem haver um diálogo com essa população”, diz. Outra construção de comunidade envolve 186 imóveis que estão 95% concluídos, segundo ele, e devem ser entregues até o fim de abril, para transferências das famílias da atual comunidade de Barra de Santana.

A cerimônia também contou com assinatura da ordem de serviço para a segunda etapa da obra de pavimentação de uma estrada entre a sede de Jucurutu o distrito de Serra de João do Vale. Segundo o governo, os investimentos são de R$ 6,9 milhões, para terraplanagem, drenagem e obras de arte corrente, sinalização, pavimentação e interseção com a BR-226.

Após a cerimônia, Bolsonaro voltou ao helicóptero para continuar a passagem pelo RN com uma visita ao Jardim de Piranhas, também na região do Seridó potiguar, para acompanhar a chegada da água da transposição pelo rio Piranhas-Açu, dentro do Eixo Norte. A solenidade começou pouco antes das 12h e foi encerrada por volta das 13h10.

Porém, segundo a Secretaria de Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte e o comitê-gestor da Bacia Hidrógráfica Piancó-Piranhas-Açu, as águas liberadas na Paraíba ainda não tinham chegado ao estado até o fim da solenidade.

Durante todo o tempo, Bolsonaro e sua comitiva não usaram máscaras, como determinado por decreto estadual desde 2020. Um novo decreto publicado pelo governo do estado no dia 18 de janeiro reforçou a determinação do uso da proteção facial contra a Covid-19. G1