Agência Senado

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), entregou nesta quarta-feira (20) o relatório final à comissão. Entre outros pontos, propôs o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de mais 65 pessoas e duas empresas por supostos crimes relacionados à pandemia. O documento deverá ser votado pelos demais integrantes da comissão, o que deve acontecer na próxima semana, e encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR). Saiba abaixo o que disseram as pessoas que tiveram o indiciamento pedido por Renan:

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde: “O Ministério da Saúde informa que não foi notificado.”

Precisa Medicamentos e Francisco Maximiano: “A Precisa nega veementemente as supostas acusações e está à disposição da justiça para esclarecer todos os fatos.”

Paolo Marinho De Andrade Zanotto: “O ônus da prova é do acusador.”

Carlos Wizard (resposta do advogado, Carlos Alberto Toron): “A pretensão de responsabilizar o senhor Wizard por epidemia culposa com resultado morte beira o ridículo” Como se pode responsabilizá-lo se ele não definiu políticas? Ele pode ter as opiniões dele, como empresário que é, mas ele não é definidor de políticas para se poder afirmar que ele concorreu culposamente para a epidemia. Além do mais, se se imputa genocídio ao presidente Bolsonaro, como nós costumamos dizer, não há participação culposa em crime doloso. Então, é preciso que os senhores senadores pensem um pouquinho antes de cometer esse absurdo.”

Nise Yamaguchi: “Vamos aguardar o relatório oficial da CPI para nos manifestarmos.”

Luciano Hang: “Estou agradecido e honrado por ter participado da CPI. Tive a oportunidade de explicar aos brasileiros o que eu e a Havan fizemos durante a pandemia. Sobre o relatório mencionar o meu nome, não esperava nada diferente, pois trata-se de uma comissão política amparada em narrativas e não em fatos. Tenho certeza que a verdade irá prevalecer. Quem não deve, não teme.”

Senador Flávio Bolsonaro: “O relatório do senador Renan Calheiros é uma alucinação, não se sustenta e é um desrespeito com as quase 600 mil vítimas da Covid que esperavam algo de útil da CPI. Trata-se apenas de uma peça política para agradar ao PT e para tentar desgastar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. As acusações contra mim e contra o governo não têm base jurídica e sequer fazem sentido. É preciso lembrar que todas as vacinas aplicadas no País, sem exceção, foram compradas pelo governo Bolsonaro. E que, apesar da CPI insistir no rótulo de negacionista, foi o governo Bolsonaro que aplicou mais de 254 milhões de doses de vacina, distribuiu 300 milhões de doses aos Estados e que por conta desse esforço alcançou 65% da população adulta totalmente imunizada, até o momento. Além disso, foi Bolsonaro que garantiu oxigênio e dezenas de milhares de leitos de UTI em todo o Brasil para fazer frente a pandemia. Se não fosse Bolsonaro, que por meio do auxílio emergencial, transferiu R$ 335,6 bilhões e atendeu 68 milhões de brasileiros, o País teria se transformado num caos.”

Deputado Ricardo Barros: “O senador Renan Calheiros não engoliu eu ter dito na CPI o mal que ela fez ao Brasil. Todos os depoentes ouvidos na CPI, sem exceção, me isentaram de envolvimento na Covaxin. A CPI não pode ignorar o fato de que a investigação negou as suspeitas. Vou processar o relator por abuso de autoridade e denunciação caluniosa.”

Deputada Bia Kicis: “A deputada não vai se manifestar.”

Deputado Carlos Jordy: “O vazamento do relatório por Renan Calheiros é criminoso e demonstra sua intenção, desde o início, de usar a CPI para fins político-partidários criando narrativas contra o Presidente e seus aliados. Será representado na PGR.”

Roberto Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde: “Todas manifestações já foram feitas perante a PF, CGU e demais órgãos competentes.”

Roberto Jefferson (por meio do advogado, Luiz Gustavo Pereira da Cunha): “A defesa de Roberto Jefferson repudia qualquer insinuação leviana com relação ao seu envolvimento em disseminação de fake news durante a pandemia.Roberto Jefferson jamais foi convidado a prestar qualquer esclarecimento perante a CPI. Por fim, a defesa confia na inocência e tomará todas as medidas legais cabíveis ao caso.”

Deputada Carla Zambelli: “Entrei com ação no STF para garantir o direito de ser ouvida, exigindo que a Constituição seja cumprida. O vazamento é mais um crime cometido por Renan Calheiros.”

Prevent Senior: “A Prevent Senior contesta o relatório, os indiciamentos e tem total interesse que investigações técnicas, sem contornos políticos, sejam realizadas por autoridades como o Ministério Público. Infelizmente, no Brasil, criou-se o costume de acusar e condenar pessoas e empresas sem a precisão resultante do devido processo legal. Um verdadeiro linchamento público, sem que as denúnicas aventades fossem investigadas pelos senadores. Foi o que aconteceu com as denúncias infundadas levadas à CPI da Covid, que sequer foram apuradas com amplo direito à defesa e contraditório. São acusações de contexto extremamente politizado, em que tratamentos médicos foram previamente condenados por serem associados ao governo do presidente Jair Bolsonaro, com o qual a Prevent Senior não tem qualquer vinculação – aliás, como com nenhum partido político. Mais grave é a notícia do indiciamento de pessoas que sequer foram ouvidas no curso da CPI e o fato de os acusados não terem tido acesso aos documentos constantes do suposto dossiê, o que inviabilizou seu direito constitucional de ampla defesa e contraditório.” G1