A professora Rosa Bouças é protegida pela Ronda Maria da Penha, em Salvador, há 3 anos. O atendimento começou depois que ela prestou queixa contra o ex-marido. O homem perseguia a professora e a ameaçava, porque não aceitava o fim do relacionamento.

O casamento de Rosa durou 35 anos. A separação foi a única escolha da professora para por fim a agressões físicas e psicológicas. Rosa conta que passou a se sentir mais segura desde que começou a ser protegida pela Ronda Maria da Penha.

“Eu sei que eu posso tá numa situação de risco, eu posso tá ligando e sei que eles vão estar prontos a atender”, disse Rosa. A Ronda Maria da Penha foi criada em março de 2015, em Salvador.

Toda vez que uma mulher presta queixa e a Justiça concede uma medida protetiva, equipes de policiais passam a acompanhar a rotina dela pra evitar que o agressor chegue perto. Mais de 4 mil mulheres vítimas de violência foram atendidas pela ronda desde a criação dela.

“Boa parte da população já nos identifica. E a partir do momento em que um agressor sabe que a Ronda Maria da Penha tá acompanhando, ele já recua, porque ele sabe que a gente pode aparecer a qualquer momento”, conta a subcomandante da Ronda, Paula Queirós.

Quando a vítima de agressão consegue uma medida protetiva, o acusado recebe logo um aviso de que não pode se aproximar da mulher, nem tentar entrar em contato. Ainda assim, tem quem desobedeça. E aí a Ronda entra em ação pra prender.

De 2015 até agora, 161 agressores foram presos por descumprimento da medida protetiva. A pena é de três meses a dois anos de prisão. O ex-marido da empresária Lívia Aragão, que já tinha sido preso duas vezes por descumprir a medida, nunca mais invadiu a casa dela.

Amparada pela lei e pela Ronda, Lívia, aos poucos, vai se recuperando das agressões que sofreu. Atualmente, ela faz questão de contar a história. “Por gratidão, pelo que me foi concedido, o socorro, eu venho pra ajudar, né. Eu me exponho pra ajudar as outras que estavam, que estão na mesma situação que eu estava: apanhando escondida”, falou a empresária Lívia Aragão. G1