Foto: André Durão/ge

Foi por muito pouco que o Bahia não saiu de campo sem levar gols. Quando tinha o jogo sob domínio, com 2 a 0 a favor, a equipe cedeu espaço pelo lado direito, e o Botafogo achou seu gol às costas de Nino Paraíba.

Nada que tire o alívio do fim do jejum: eram nove jogos sem vencer. E Mano Menezes, depois de quatro jogos, conseguiu a primeira vitória no comando tricolor.

Para uma equipe que leva quase dois gols por jogo, é natural que o Bahia adote uma postura mais cautelosa, ainda mais quando se tem Mano Menezes no banco, técnico especialista em montar defesas sólidas nos times por onde passou.

Posse de bola: Botafogo 60% x 40% Bahia.

A evolução do sistema defensivo já se mostrava na derrota para o Athletico, mas uma falha de Juninho foi decisiva para o placar e colocou quase tudo a perder. O zagueiro, que há tempos não atuava bem, foi para o banco de reservas.

Dois elementos são cruciais para a evolução sob o comando de Mano: atletas que fecham melhor os espaços, até pela proposta reativa, e agressividade no combate ao adversário portador da bola. Mudança de ideias e de postura.

No sistema ofensivo, Mano mantém a ideia de jogar em um 4-4-2, que pode se transformar em um 4-2-3-1, a depender da movimentação do segundo atacante, que desta vez foi Marco Antônio, substituindo Rodriguinho.

Na ponta direita, Mano voltou a escalar Ramires, que trocou de posição algumas vezes com Marco Antônio. Para eles, é algo natural, já que Ramires prefere atuar por dentro, enquanto Marco se sente mais à vontade como ponta.

Para ganhar nota 10 do professor, é preciso ser mais preciso nos contra-ataques e definir melhor as poucas oportunidades que vão surgir ao longo dos 90 minutos. Ou encaixar uma bola parada, como essa que Marco Antônio colocou na cabeça de Gilberto, para quebrar um jejum de 13 partidas sem marcar.

O Bahia acabou sofrendo pressão durante boa parte do segundo tempo, em muito porque não conseguiu aproveitar os espaços para encaixar um contra-ataque e matar o jogo. Quando Clayson acertou o último passe, Ramires pecou na finalização.

Mano certamente ficou satisfeito quando viu sua equipe, enfim, trabalhar bem a jogada pela esquerda, que terminou com assistência de Juninho Capixaba para gol de Élber.

E certamente ficou na bronca com o gol que foi cedido ao Botafogo, que encontrou muito espaço nas costas de Nino Paraíba. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas o time parece no caminho certo. Globoesporte