EC Vitória

A pressão do Botafogo nos minutos finais do empate em 0 a 0 com o Vitória, nesta quarta-feira, deu a impressão de que, para uma das equipes, aquele resultado era insuficiente. Curioso que não era quem mais precisava dos pontos. Mesmo com um jogador a mais, o Rubro-Negro não consegue fazer gols e ainda se apavora quando perde Samuel expulso. Resultado: recuo e susto até o fim do jogo.

Curioso também como um time que não balançava as redes há três jogos, não vencia há quatro,foi a campo com uma escalação tão defensiva. Wagner Lopes apostou em uma equipe com três volantes, dois laterais-esquerdos e somente um atacante. O Rubro-Negro se postava em um 4-1-4-1 com Roberto recuando ainda mais e, por vezes, fazendo linha de cinco.

E, à exceção da pressão inicial inicial do Botafogo e um ou outro chute de longe, o Vitória teve um primeiro tempo sem maiores dificuldades defensivamente. Recuou a marcação a partir do seu campo, deu pouco espaço e foi combativo. O problema maior era com a bola no pé. O que não surpreende.

Se, com um time cheio de atacantes ou meias, ao longo da Série B, o Vitória abriu a rodada com o segundo pior ataque, o que esperar da equipe com Bruno como armador, uma trinca de volantes com Pablo, João Pedro e Guilherme Rend e Roberto de ponta? Construções pobre e pouca velocidade.

As melhores chegadas nasceram de inversões para Renan Luís, que chegava com liberdade para cruzar. Por sinal, bons cruzamentos do lateral. Faltou combinar a pontaria com Manoel, que perdeu ao menos duas boas chances.

O Vitória teve uma leve melhora no início do segundo tempo, e seria injusto dizer que se deu com a expulsão de Kanu, aos 24 minutos. O Rubro-Negro iniciou a etapa final mais presente no campo de ataque, embora mais “no abafa”, com as bolas levantadas por Renan.

E a expulsão de Kanu era o que faltava para o Vitória se lançar de vez ao ataque. Wagner Lopes até reagiu bem, com a entrada de Samuel no lugar de Guilherme Rend. Mas essa troca mudou tudo para pior. Com poucos minutos em campo, o atacante foi expulso de forma exagerada.

As equipes ficaram com o mesmo número de atletas, mas não parecia. Imediatamente, até mais rápido que a entrada de Samuel quando tinha um jogador a mais, Wagner Lopes colocou Gabriel Bispo no lugar de Bruno Oliveira. Recuou um Vitória, que parecia conformado com o empate e viu o Botafogo, até então pouco produtivo, ficar presente no ataque até o fim do jogo.

“Gabriel Bispo é um cara que tem um poder de marcação muito grande. Com um a mais, eu tinha colocado um atacante a mais, recuado o Bruninho para fazer segundo volante. Porém, com a expulsão, o Bruninho, já desgastado, correu muito. Fiz a leitura que, com o Bispo, eu teria maior poder de marcação”, disse Wagner Lopes após o jogo.

O Vitória precisa entender que o empate não basta mais. Já foram 14 em 26 jogos na Série B. Tem que se impor, buscar vencer a qualquer custo, ainda mais em casa. O que seria pior que passar 12 rodadas seguidas na zona de rebaixamento? Essa já é a realidade do clube. E que vai perdurar. Agora, a distância para o primeiro time fora da zona de rebaixamento é de três pontos e dois jogos, já que leva a pior em um critério de desempate. Faltam 11 jogos. (Globoesporte)