Foto: Ricardo Chicarelli

O Bahia não pode reclamar e fez por merecer o empate em 1 a 1 com o Londrina com gol sofrido aos 50 minutos do segundo tempo, na noite desta terça-feira, pela 25ª rodada da Série B. Em um jogo que marcou o seu gol com Matheus Davó, o Tricolor praticamente abriu mão de jogar, sobretudo na etapa final, e viu um adversário longe de ser brilhante martelar até balançar as redes em um lance marcado por um show de horrores e digno da atuação da equipe baiana.

Com esperado, o técnico Enderson Moreira fez mudanças no time titular do Bahia. Algumas por necessidade, como a entrada de Gabriel Xavier no lugar do suspenso de Didi e o retorno de Rezende no lugar do machucado Copete. Mas a escolha por Matheus Davó no lugar de Rodallega se deu pelo bom momento do jovem atacante diante da má fase do colombiano. Escolha que deu certo logo de cara, mas que também mostrou seus problemas.

Com dois atacantes rápidos, o Bahia se armou para o contra-ataque e viu o Londrina comandar as ações, mas mostrar dificuldade na circulação da bola e penetração na área. A estratégia tricolor não demorou a surtir efeito quando, aos 18 minutos, Jacaré puxou contra-ataque e deixou Davó na boa para marcar contando com um pouquinho de sorte. Foi o oitavo gol do artilheiro tricolor na Segundona e justo no dia em que completou 23 anos.

O problema é que o lance do gol foi o único contra-ataque bem conectado pelo Bahia em todo jogo. A sintonia de Jacaré e Davó não se repetiu. Aos 21 minutos, o aniversariante do dia até conseguiu ficar no um contra um na entrada da área, mas se atrapalhou com a bola. Foi o máximo que o time conseguiu criar no primeiro tempo.

Defensivamente, a equipe baiana conseguiu fechar os espaços pelos lados e obrigou o Londrina a chutar de longa distância, na única jogada perigosa na etapa inicial. O problema é que, por mais que o adversário não estivesse em uma noite brilhante, o Bahia “flertou com o perigo” ao se desfazer facilmente da bola e dar novas chances. E não dá para colocar toda a culpa no gramado com tantos chutes aleatórios e passes simples desperdiçados.

O Bahia veio para o segundo tempo com uma mudança de posicionamento: sai o 4-4-2 do primeiro tempo com somente Daniel e Davó à frente, para o 5-4-1, com Rezende entre os zagueiros e o camisa 10 tricolor fechando a marcação pelo lado esquerdo ao invés de Mugni. E com o time todo recuado, o Tricolor praticamente só se defendeu em toda etapa final. Um roteiro semelhante e ainda mais arriscado que o da etapa inicial.

Ao tentar sair, o Bahia buscou a bola longa por cima para os baixinhos Jacaré e Matheus Davó disputarem entre os zagueiros. E nas raras oportunidades de contra-ataque, também não conseguiu conectar o passe rasteiro para aproveitar a velocidade dos seus atacantess. Enderson até fez mudanças com a entrada de Ricardo Goulart, Rodallega e Raí, mas pouca coisa mudou.

E o futebol já cansou de mostrar que é cruel. E, para tristeza do Bahia, foi seguidas vezes em dois minutos. Aos 48 minutos, Raí desperdiçou a única chance perigosa criada em todo segundo tempo. Aos 49, Patrick de Lucca falhou ao afastar uma bola dentro da área e jogou para escanteio. E, aos 50, na cobrança de tiro de canto, Danilo Fernandes falhou ao sair do gol, e Gabriel Santos marcou. Um show de horrores que resume a atuação do time tricolor.

Se o Bahia tem algo a lamentar no jogo é da sucessão de erros no fim que custaram a vitória. Mas não dá para reclamar da falta de sorte. Teve até muita para sustentar uma vantagem parcial com nível de futebol tão baixo e que não condiz em nada com a posição da equipe na tabela de classificação da Segundona. Ao menos não vê um rival direto se aproximar em pontuação. Aliás, a única coisa boa que pode ser detida na partida dessa noite.

Agora o Tricolor tem 12 dias para descansar, recuperar jogadores e trabalhar de olho da manutenção da vaga no G-4 da Série B. O próximo compromisso do time é apenas dia 28 de agosto, contra o Vasco, na Arena Fonte Nova. A partida é válida pela 26ª rodada da competição nacional. Globoesporte