Foto: Alan Santos / PR

Os bancos Itaú e Bradesco anunciaram a redução de suas projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 de 2% para 1,3%, e de 2,4% para 1,9%, respectivamente. O relatório divulgado pelo Bradesco, nessa sexta-feira (12), avalia que o ritmo de retomada da economia brasileira tem sido “inferior ao esperado neste início de ano”.

O documento do Itaú aponta que os índices de confiança apresentaram recuo generalizado em março, e indicam “risco de arrefecimento adicional da atividade à frente”. Ambos são considerados os maiores bancos privados do país.

Já o relatório Focus, produzido pelo Banco Central a partir da avaliação de uma centena de economistas, também indica projeções para o crescimento inferiores a 2%. Se confirmados, os números de 2019 vão marcar mais um ano de frustração. Depois da queda do PIB em 2015 e 2016, o Brasil cresceu apenas 1,1% em 2017 e 2018.

Desta maneira, ao decorrer deste ano, analistas e empresas têm piorado suas projeções para a economia, consecutivamente. Analistas procurados pelo portal acreditam que, no primeiro trimestre, a economia brasileira deve ter ficado estável ou pode até mesmo ter recuado levemente na comparação com os últimos três meses de 2018.

O economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, avalia que o primeiro trimestre vem sofrendo com a falta de confiança de que a saída do cenário de crise será rápida. Ele projeta crescimento de 0,2% no primeiro trimestre, mas reduziu a previsão de avanço do PIB de 2% para 1,5% neste ano.

A GO Associados, por sua vez, ainda espera um crescimento de 2% em 2019, embora reconheça a dificuldade de chegar neste patamar. No primeiro trimestre, a consultoria prevê uma alta de 0,3%. Dessa forma, para alcançar um avanço de 2% no ano, o crescimento médio nos trimestres seguintes teria de ser de 0,55%.

“A reforma da Previdência é o que falta para ajudar num crescimento maior. Ela vai repercutir entre os empresários e levá-los a aumentar o investimento”, diz o economista da GO Associados Eduardo Velho. Atualmente, a reforma da Previdência está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.