Agência Brasil

Apesar das pressões, o presidente Jair Bolsonaro ainda não cogita retirar a indicação de André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Ele foi indicado em julho, mas até hoje a sua sabatina não foi marcada e senadores trabalham para que ele seja substituído pelo nome do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Nesta quarta-feira (15), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), respondendo a colegas, disse que ainda não há data definida para a sabatina do ex-ministro da Justiça para ser analisada sua indicação para a vaga do ministro Marco Aurélio de Mello, que se aposentou em julho deste ano.

Segundo assessores presidenciais, Bolsonaro trabalha para que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre, pelo menos marque a sabatina de seu indicado. Aí, seu nome seria aprovado ou rejeitado. “Queremos que ele pelo menos marque a sabatina, aí o Senado decide se aprova ou não o André Mendonça”, disse ao blog um auxiliar presidencial.

Esses assessores, em conversas reservadas com o blog, reconhecem que há uma pressão para que André Mendonça seja substituído por Augusto Aras, mas que o presidente Bolsonaro tem reiterado nos últimos dias que fez um compromisso com a bancada evangélica de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” e não deseja recuar dele. Mendonça é pastor.

Aliados de Bolsonaro acreditam que, apesar da resistência de Alcolumbre em definir a data da sabatina, ele já estaria sinalizando que em breve deve agendar a ida de André Mendonça à CCJ. O próprio presidente tem buscado se reaproximar do ex-aliado.

Nesta terça-feira (14), em evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro abordou Alcolumbre e disse: “Saudades de você”. Em seguida, pediu ajuda do senador do DEM para pautas do governo no Senado, sem especificar quais. Não é a primeira vez que o presidente esse movimento. Em cerimônia do Dia do Soldado, Bolsonaro fez o mesmo pedido a Davi Alcolumbre. Por Valdo Cruz/G1