Alguns poucos ex-presidentes do Vitória estiveram presentes na assembleia de sócios realizada na manhã deste domingo (31), que aprovou a antecipação das eleições e o encurtamento do mandato de Ricardo David. A escolha do novo mandatário será no dia 24 de abril. Se necessário, haverá segundo turno no dia 1º de maio.

Presidente de 1991 a 2005, Paulo Carneiro reforçou que será candidato: “Achei ótima a data escolhida (para as eleições). Porque só eu tenho feito campanha até agora, não é? Nenhum outro fez. Então, quanto mais rápida for a campanha, menos adversários eu terei”, disse.

Carneiro confirmou que se candidatará pela chapa Vitória Gigante, que concorrerá ao Conselho Deliberativo. “Tenho feito campanha com nosso grupo. Não é Paulo Carneiro sozinho, é a Vitória Gigante. Um grupo que criou uma mobilização forte em prol do Vitória e que a gente quer estendê-la por todo o clube”, disse.

A maioria dos correligionários de Carneiro votou a favor da eleição ser realizada em apenas um turno, proposta que acabou derrotada por quatro votos de diferença. “O atual estatuto contempla dois turnos e eu entendo isso, mas acho que seria algo a ser aplicado a uma massa maior de eleitores. No caso do Vitória temos uma massa pequena, de 3 mil sócios, então ter dois turnos é uma energia gasta desnecessariamente”, disse Carneiro.

Raimundo Viana e ficha limpa

Presidente do Vitória entre 2015 e 2016, Raimundo Viana participou ativamente da assembleia e inclusive saiu dela protestando por não ter sido colocada na próxima eleição a exigência de candidatos ficha limpa – ou seja, aqueles que não estejam sendo julgados por procedimentos dentro ou fora do clube.

“Lamento muito não termos colocado nesta eleição a exigência de candidatos ficha limpa não só à presidência, mas a todos os órgãos do clube. Seria algo que beneficiaria muito a lisura do nosso clube”, disse Viana, que não confirmou se será candidato: “Vamos ver, vamos ver”, desconversou.

Se for um dos postulantes à presidência, Viana disse ter aprovado o prazo mais apertado para a realização das eleições: “Achei as datas bastante razoáveis. Tendo em questão, claro, a necessidade do clube atualmente e os prazos e normas do estatuto, além dos jogos do Vitória neste período. Dá tempo suficiente de fazer campanha e dos torcedores conhecerem os candidatos”.

Manoel Matos candidato?

Vice-presidente na gestão de Raimundo Viana e possível candidato nas próximas eleições, Manoel Matos elogiou a condução da assembleia geral por parte de Robinson Almeida, presidente do Conselho Deliberativo.

“Tenho que parabenizar o momento democrático que tivemos e a forma como a assembleia foi conduzida, de maneira brilhante. O presidente teve paciência para que todos os sócios expusessem suas opiniões. A data da eleição é a mais factível. Não temos muito o que fazer nesse momento. Pela crise, os prazos têm que ser mais curtos, mesmo”, disse Matos.

Ele torce para que a divergência política do Vitória acabe com a nova eleição: “O clube precisa de uma atitude urgente de união, o quanto antes isso acontecer melhor. Temos que sair dessa assembleia com um grupo unido, para que concorra às eleições com força e apoio. E que o vencedor possa dirigir sem choques. Não adianta eleger alguém e logo no dia seguinte começar a criticá-lo”.

Sobre a hipótese de ser esse candidato que una as várias vertentes políticas do clube, Matos desconversou, rindo. Informações do Correio da Bahia Foto: EC Vitória