O Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Muniz (Lacen-BA) sequenciou 25 genomas completos do Sars-CoV-2 em pacientes residentes de 88 municípios baianos. Um boletim sobre o sequenciamento foi divulgado na sexta-feira (14), mostrando resultados da análise dos casos de abril, confirmando a predominância das variantes mais agressivas em todo estado, sobretudo da P.1 (Manaus).

O trabalho de sequenciamento vem sendo feito há oito meses e detectou 21 linhagens do coronavírus em circulação na Bahia, entre elas oito cepas e três variantes de atenção apontadas pelo Ministério da Saúde: a P.1 (Manaus), a P.2 (Rio) e a B.1.1.7 (Reino Unido).

Na avaliação do secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, isso serve de alerta para a população. “As amostras foram baseadas na representatividade de todas as regiões geográficas do estado e identificar a dispersão de variantes mais contagiosas mostra que existe um risco aumentado para a internação e rápido agravamento do quadro clínico”, explica.

Os dados sugerem que a mobilidade humana é um fator crucial para o espalhamento do coronavírus e suas variantes, que surgem de mutações. Portanto, o uso de máscara, distanciamento social e higiene frequente das mãos continuam sendo as medidas orientadas para evitar a disseminação do vírus.

Todas as amostras avaliadas eram de pacientes com sintomas clínicos característicos da doença, como dificuldades para respirar, cansaço, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou pneumonia, bem como eram casos suspeitos de reinfecção e óbitos. O Lacen se tornou uma referência nacional para fazer o sequenciamento genético de amostras da Bahia e de outros cinco estados (Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte).