A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, diz lamentar as críticas feitas pelo candidato derrotado à Presidência Ciro Gomes (PDT). A parlamentar diz que o PT compreende as “dores” do pedetista. Ao jornal “Folha de S.Paulo”, Ciro fez fortes críticas ao PT e a seu líder maior, o ex-presidente Lula. O ex-candidato disse que não aceitou ser vice de Lula, como Fernando Haddad (PT), por considerar isso uma “fraude”.

 

“Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o Fernando Haddad cumpriu. E não aceitei. Me considerei insultado”, disse Ciro Gomes. Ele também disse que os petistas são responsáveis pela eleição do novo presidente Jair Bolsonaro (PSL), eleito no último domingo (28), no 2º turno.

 

Em resposta, Gleisi usou suas redes sociais para lamentar que “Ciro esteja tão irritado com seu seu resultado eleitoral insatisfatório”. “Mas entendemos suas dores e somos solidários. O que importa é a unidade contra o fascismo e o ataque aos direitos do povo. Nisso estaremos juntos!”, escreveu. Ciro também fez duras colocações a respeito do teólogo Leonardo Boff, ligado ao PT, e que criticou o pedetista por não ter declarado voto em Haddad.

 

“Pega um bosta como esse Leonardo Boff. Aí porque não atendo o apelo dele, vai pelo lado inverso. Qual a opinião do Boff sobre o mensalão e petrolão? Ou ele achava que o Lula também não sabia da roubalheira da Petrobras?” O ex-candidato passou praticamente todo o período do segundo turno fora do país e não apresentou apoio formal ao candidato do PT no segundo turno –se limitou a dizer que não votaria em Bolsonaro.

 

“Não declarei voto ao Haddad porque não quero mais fazer campanha com o PT. Agora, em uma eleição que tem só dois candidatos, na noite do primeiro turno, disse à imprensa: 'Ele não'. O que ele quer mais agora?”. O pedetista ainda criticou as ações do PT para isolar o PSB de uma possível aliança com Ciro na disputa presidencial, colocando em xeque candidaturas aos governos de Pernambuco e Minas Gerais.

 

“Em nome de que foi feito isso? De qual espírito público, razão nacional, interesse popular? Projeto de poder miúdo. De poder e de ladroeira. O PT elegeu Bolsonaro.” Gleisi defendeu sua sigla e disse que “o PT é um partido que faz articulação pública aberta e transparente, tem estratégia política e não age por mágoa ou traição”. “Temos orgulho de Lula, o maior líder político popular da história do Brasil, assim como de Leonardo Boff e Frei Beto, que emprestam suas vidas à causa do povo.”