A atriz Alessandra Negrini, que virou alvo de críticas por usar uma fantasia indígena no Carnaval de rua em São Paulo, no domingo (16), publicou nas redes sociais, nesta última terça-feira (18), um comunicado feito por indígenas em defesa de sua manifestação feita durante a folia.

Em sua página oficial no Instagram, a artista divulgou uma nota da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que externou a indignação do grupo em referência aos ataques sofridos por uma aliada que “colocou seu corpo e sua voz a serviço de uma das causas mais urgentes” e que “fez uso de uma pintura feita por um artista indígena para visibilizar o movimento”.

A Apib também esclareceu que a atriz “foi cuidadosa e permanentemente dialógica, compreendendo que a luta indígena é coletiva”. Além disso, destacou que é preciso fazer uma discussão sobre apropriação cultural com responsabilidade, “diferenciando quem quer se apropriar de fato das nossas culturas, ou ridicularizá-las, daqueles que colocam seu legado artístico e político à disposição da luta”.

Por fim, a nota afirma que “Alessandra Negrini é ativista, além de artista, e faz parte do Movimento 342 Artes, que muito vem contribuindo com o movimento indígena”, que ela esteve com a Apib em momentos fundamentais e que ela conta com o respeito e agradecimento da associação.

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Segue nota oficial da APIB Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Sem mais. NOTA da APIB: Estamos vivendo a maior ofensiva em séculos de nossa história. Essa semana está tramitando no Congresso uma MP que tenta regularizar a grilagem, o PL da Devastação quer impor a mineração e a exploração das terras indígenas, um evangélico missionário está em um posto estratégico da FUNAI e pode provocar a extinção de povos não contactados. São muitos os ataques. Não nos esqueçamos, o momento é grave e dramático, querem nos dizimar! Por isso, causa-nos indignação que uma aliada seja atacada por se juntar a nós em um protesto. Alessandra Negrini colocou seu corpo e sua voz a serviço de uma das causas mais urgentes. Fez uso de uma pintura feita por um artista indígena para visibilizar o nosso movimento. Sua construção foi cuidadosa e permanentemente dialógica, compreendendo que a luta indígena é coletiva. É preciso que façamos a discussão sobre apropriação cultural com responsabilidade, diferenciando quem quer se apropriar de fato das nossas culturas, ou ridiculariza-las, daqueles que colocam seu legado artístico e político à disposição da luta. Alessandra Negrini é ativista, além de artista, e faz parte do Movimento 342 Artes, que muito vem contribuindo com o movimento indígena. Esteve conosco em momentos fundamentais. Portanto, ela conta com o nosso respeito e agradecimento. E assim será, sempre quem estiver ao nosso lado. APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. foto @franciodeholanda

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