Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse nesta quinta-feira (17) que o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto é “bombástico”. Aos parlamentares, o hacker afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu conceder indulto a ele, caso fosse preso após atuar sobre urnas eletrônicas.

“O depoimento de hoje é um depoimento muito importante para os trabalhos desta CPMI, bombástico, como o senhor coloca. As informações trazidas a esta comissão são informações absolutamente sérias e são informações que estão no entorno do ponto central desta CPMI, que é exatamente o questionamento do resultado eleitoral e a tentativa de emplacar uma vulnerabilidade [das urnas], e busca por pessoas que já tinham histórico em relação à invasão, para que legitimasse uma narrativa incompatível com a realidade em relação ao processo da segurança eleitoral”, disse a senadora.

A relatora defendeu ainda a quebra de sigilo das pessoas telemático das pessoas que teriam participado das reuniões com o hacker. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, mediou os encontros.

“A partir de agora, precisamos – e vou apresentar [requerimento] – a quebra do sigilo telemático das pessoas que fizeram parte dessas reuniões”, afirmou.

Segundo o hacker, a promessa de indulto foi feita durante reunião no Palácio da Alvorada, antes das eleições do ano passado. Questionado pela senadora Eliziane Gama se recebeu garantia de proteção do ex-presidente, Delgatti respondeu:

“Sim, recebi. Inclusive, a ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia.”

No encontro, que teria sido intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o hacker afirma que o ex-presidente questionou se ele conseguiria invadir urnas eletrônicas, para testar a lisura dos equipamentos.

“Apareceu a oportunidade da deputada Carla Zambelli, de um encontro com o Bolsonaro, que foi no ano de 2022, antes da campanha. Ele queria que eu autenticasse… autenticasse a lisura das eleições, das urnas. E por ser o presidente da República, eu acabei indo ao encontro. […] Lembrando que eu estava desemparado, sem emprego, e ofereceram um emprego a mim. Por isso que eu fui até eles.” G1