Três adolescentes com idade entre 13 e 15 anos são suspeitos de estuprar um menino de 7 anos numa escola municipal em Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia. O caso, que ocorreu na tarde de quarta-feira (11), está sendo investigado pela Polícia Civil.

Os três adolescentes e a vítima estudam no Centro Municipal Professor Paulo Freire, no bairro Urbis IV. Segundo a família da vítima, o menino relatou que os abusos ocorreram no banheiro masculino da escola, que fica ao lado da secretaria.

Os pais do menino descobriram que ele tinha sido vítima de abusos sexuais após ele contar ao irmão de 10 anos que estuda na mesma unidade educacional. A vítima relatou que foi trancado no banheiro e depois abusado.

Após o relato, o menino de 10 anos levou o irmão para casa, onde os pais notaram que ele estava sujo de fezes e sangue. A um médico pediatra, o menino relatou ter sido penetrado por um objeto não identificado. Contou ainda que um dos adolescentes fez ameaças para que não contasse nada.

A Polícia Civil foi acionada pelos pais do menino, os quais relataram o fato. O menino já fez exames de corpo de delito para verificar a gravidade dos abusos. A Polícia Civil informou que ainda não dá para qualificar que tipo de crime foi cometido, somente depois do resultado dos exames, que devem ficar prontos na semana que vem.

A vítima, segundo a polícia, está recebendo acompanhamento psicológico e pelo Conselho Tutelar. O Correio não conseguiu contato com a direção da escola, onde estudam alunos do primário e do ensino fundamental, para comentar o caso, que está sendo acompanhado também pelo Ministério Público da Bahia.

Protesto

Na manhã desta sexta-feira, cerca de 200 pessoas, entre alunos, pais de alunos e outros familiares, realizara uma manifestação na frente do CAIC para protestar contra o caso que ocorreu na quarta-feira e contra outros problemas da unidade escolar, que, para eles, está em estado de abandono.

Os manifestantes levaram cartazes com dizeres contra a direção atual da escola, e pediram que seja mudada toda a diretoria da unidade.

Relataram que há três meses houve o caso de um adolescente que não era aluno entrar armado na escola para possivelmente matar um desafeto que estuda no local. A Polícia Militar chegou a ir à escola averiguar a situação, mas o rapaz que estava armado não foi localizado.

Pais e alunos relataram que a escola não oferece segurança. “Toda semana eu vou de duas a três vezes na escola e é raro alguém me ver entrando lá, se fosse qualquer outra pessoa estranha entraria do mesmo jeito”, declarou uma dona de casa de 35 anos que tem duas filhas que estudam na unidade, uma de 8 e outra de 12 anos.

A mulher, que não quis ter seu nome divulgado, disse ainda que já foram feitas várias reclamações à direção da escola, mas não foram tomadas providências. “Acho absurdo, por exemplo, ter um banheiro só para os alunos pequenos e para os grandes”, ela declarou.

Há cerca de um mês, segundo relato da mulher, a filha dela de 12 anos foi vítima de assédio na escola por parte de três colegas da mesma idade: “Um deles confessou que fez assédio com ela, e a direção não fez nada com ele, achei isso absurdo”.

Outra dona de casa que também não quis ter o nome divulgado e tem duas filhas que estudam no CAIC criticou o fato de a unidade escolar não ter muro, somente alambrado em volta. “Isso facilita em muito a entrada de malandros na escola, e tem várias partes do alambrado que estão quebrados”, afirmou.

“Esses dias entrou uns meninos lá e tomaram banho dentro da caixa de água da escola, vendo a hora de um morrer afogado lá, além de contaminar a água que todos usam para beber e fazer a merenda dos estudantes”, comentou. Correio da Bahia