O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, defendeu nesta segunda-feira (23) o desarmamento no Brasil, ao comentar a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, atingida por um tiro nas costas no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na última sexta (20).

O assassinato da garota, que foi vítima de disparo feito por um policial militar, segundo testemunhas, suscitou discussões na Câmara dos Deputados sobre o Pacote Anticrime enviado à Casa pelo ministro da Justiça e Segurança Pùblica, Sergio Moro.

Entre as medidas propostas por ele, está o excludente de ilicitude, que elimina a punição para policiais que matarem em serviço. Deputados se articulam para derrubar o dispositivo, um dos mais polêmicos do projeto de lei.  Nesta segunda, Neto voltou a se posicionar contra este ponto do texto.

“Nunca fui a favor do excludente de ilicitude, como nunca fui do armamento. Aliás, eu tenho posições que às vezes não são majoritárias no meu partido. Quando houve a discussão sobre o desarmamento no Brasil, eu fiquei do lado do desarmamento. Não se pode combater a violência com mais violência”, afirmou o prefeito.

O demista também defendeu que é a preciso “moderação” no uso da força pela polícia. Dados de 2018 do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado este ano, mostram que o número de mortos em intervenções dos agentes cresceu 20% em comparação a 2017. No ano passado, foram 6.220 assassinadas por policiais civis ou militares contra 5.179 em 2017.

“Hoje está muito em discussão toda essa questão que envolve o uso da força por parte das autoridades policiais. Acho que precisa haver moderação. De um lado, não se pode impedir que os policiais façam seu trabalho. De outro, não se pode justificar arbitrariedades de qualquer jeito na sociedade”, disse.

Outra ação que o prefeito sugeriu na área da segurança pública é a integração de políticas entre estados e o governo federal. Ele ainda pediu que as autoridades olhem a questão de maneira não ideológica.

“O governo federal tem oportunidade grande de assumir a liderança na condução desse debate. Precisamos de ações mais afirmativas na segurança pública, que envolvam as esferas administrativas num trabalho integrado. Sabemos que o caso dessa garotinha infelizmente se repete em diversos lugares do Brasil, inclusive aqui em Salvador. A gente espera que as autoridades possam olhar isso de maneira mais completa e consistente, e não ideológica”, declarou. Bocão News