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Diante do presidente Jair Bolsonaro, durante reunião-almoço com o alto comando militar, representantes militares no governo decidiram não dar novas respostas ao ideólogo Olavo de Carvalho, que continua a lançar críticas e xingamentos a eles pelas redes sociais.

A reação, conforme combinado, teria se encerrado com o post do general Eduardo Villas-Boas, pelas redes sociais nesta segunda-feira (6), quando comparou Olavo Carvalho a Leon Trotski.

“O foco tem de ser a reforma da Previdência e o pacote anti-crime do ministro Moro [da Justiça]. Tudo o mais perde importância”, disse um dos participantes do encontro. Para ele, uma resposta a esta altura seria “usar um tiro de canhão para matar um inseto”,

Pelo raciocínio desses militares, Olavo de Carvalho tem voz nas redes sociais mas, suas opiniões, na prática, não afetam as ações de governo.

“Na prática, as críticas não têm efeito algum, são apenas xingamentos”, disse.

Durante o almoço com o presidente Bolsonaro, o assunto surgiu e não houve um porta-voz do ponto de vista do grupo.

Aos poucos, alguns militares foram se manifestando no sentido de que não valeria dar novas respostas a Olavo de Carvalho.

“Vamos seguir a orientação do presidente e virar a página”, disse a fonte, que não revelou a reação do presidente. “Ele é muito informal, fala algumas coisas, conta piadas e dá risadas”, revelou um general presente ao almoço no chamado Forte Apache, no Setor Militar urbano, em Brasília.

Há, no entanto, reação diferente de outros generais às críticas de Olavo de Carvalho. Esses querem resposta dos militares que ocupam postos no governo e uma manifestação clara do presidente da República.

Por isso, ninguém arrisca qual é o “limite da paciência” dos militares para não responder ao ideólogo de direita. Eles avaliam que novas respostas só estimulariam Olavo a baixar o nível das críticas que tem feito.

“Nós não queremos colocar lenha na fogueira e nem retirar lenha da fogueira. Queremos dar folga para a cozinheira e não gastar energia com outra coisa que não seja a aprovação da reforma da Previdência”, afirmou um desses militares.

Reafirmando a ideia de que as opiniões de Olavo de Carvalho não têm maior consequência, eles dizem que seria “transmitir em horário nobre o jogo de um time de várzea e, ainda, fazer replay”. Por Cristiana Lôbo/G1