Agência Brasil

O baiano Augusto Aras, procurador-geral da República, determinou a instauração de uma notícia de fato para analisar as acusações da CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (28). De acordo com a coluna de Guilherme Amado, no site parceiro Metrópoles, o procedimento, que é como uma apuração preliminar, parece ter pouca eficácia na gestão atual da PGR. Segundo dados do próprio órgão, apenas na gestão Aras foram abertos mais de 90 procedimentos do tipo sobre ações do presidente Jair Bolsonaro, mas a maioria sem qualquer resultado.

Segundo a publicação, somente duas apurações tiveram andamento e resultaram em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), um para apurar problemas na compra da vacina indiana Covaxin e outro sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. A lista de notícias de fato que não foram para frente inclui uma apuração sobre produção de relatórios da Abin para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas e uma sobre ataques do presidente às urnas eletrônicas.

Mas não é só Bolsonaro que figura entre as 90 notícias de fato encomendadas pelo procurador-geral. No mês passado, Augusto Aras instaurou um procedimento do tipo para investigar as offshores ligadas ao ministro da economia Paulo Guedes e ao presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. O presidente não foi o único a ser alvo de notícias de fato do PGR.

No mês passado, Aras instaurou procedimento semelhante para investigar offshores ligadas a Paulo Guedes e Roberto Campos Neto. Segundo a coluna, subprocuradores críticos ao trabalho de Aras apontam que ele tem utilizado as notícias de fato para fazer de conta que está tomando alguma providência, mas sem levar as investigações à frente de verdade. Eles acusam o PGR de ter uma postura leniente com Bolsonaro. (BN)