Foto : Roberto Jayme/TSE

Em busca de votos no Senado para ter aprovada sua indicação ao comando da Procuradoria-geral da República (PGR), o subprocurador Augusto Aras esteve, ontem (12), no gabinete do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que já declarou ser contrário à indicação. Segundo o G1, Aras contou ao senador ter alertado o presidente Jair Bolsonaro de que o ocupante do cargo de procurador-geral tem garantias constitucionais e que ele, Bolsonaro, “não vai poder mandar, desmandar”.

“Tive o primeiro contato com o presidente da República através de um amigo de muitos anos e, nesse mesmo primeiro contato, eu disse ao presidente exatamente isso: ‘Presidente, o senhor não pode errar (…) porque o Ministério Público, o procurador-geral da República, tem as garantias constitucionais, que o senhor não vai poder mandar, desmandar ou admitir sua expressão. Tem a liberdade de expressão para acolher ou desacolher qualquer manifestação. O senhor não vai poder mudar o que for feito'”, disse Aras.

Ao sair do gabinete, Aras disse que tem apresentado aos parlamentares seu pensamento sobre um “Ministério Público moderno”, e que eles têm sido “receptivos”. A indicação do subprocurador já começou a tramitar oficialmente no Senado. Primeiro, a análise será feita na  Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e terá como relator o senador Eduardo Braga (MDB-AM), investigado na Lava-Jato em um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Após votação na CCJ do Senado, Aras terá que ser aprovado pelo plenário da Casa e precisará de votos da maioria absoluta, ou seja, pelo menos 41 votos a favor, em votação secreta.