Foto: Mayke Toscano

As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal, que inclui 9 estados, tiveram um aumento de 278% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2018. Os dados são do Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

Em junho, Jair Bolsonaro questionou a veracidade dos dados e foi rebatido pelo então diretor do Inpe, que acabou exonerado. Na terça (7), ele afirmou em Brasília que receberá com antecedência dados “alarmantes” de desmatamento, antes que sejam divulgados. Os números estão públicos e disponíveis na plataforma Terra Brasilis desde 2017.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse também nesta terça os percentuais de desmatamento da Amazônia divulgados recentemente “são interpretações sensacionalistas e midiáticas” feitas por “aqueles que manipulam para criar factóides” e “conseguir mais doações das ONGs estrangeiras para os seus projetos pessoais”.

Os alertas servem para informar aos fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) onde há sinais de devastação, que podem ou não ser comprovados posteriormente. Os dados oficiais de desmatamento são feitos por outro sistema, o Prodes, que mede as taxas nos meses em que há seca, para evitar que as nuvens cubram as áreas.

O Deter usa imagens do satélite sino-brasileiro CBERS-4 e do sensor AWiFS. O Prodes usa imagens do satélite americano Landsat-5/TM; do satélite sino-brasileiro CBERS 4; e do satélite indiano IRS-2.

Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de 2.254,9 km² – quase quatro vezes mais. No mês anterior, a área com alerta de desmatamento foi de 931,6 km².

Os dados de julho de 2019 são os mais altos desde 2015, se considerados todos os meses de monitoramento disponíveis para análise. Antes, o recorde de área com alerta havia sido em agosto de 2016, com 1.025 km². G1