A equipe do Bahia pensada por Roger Machado para enfrentar o Vasco, neste sábado, só será conhecida momentos antes do início da partida, quando o clube divulgar a escalação. Até lá, o que se sabe é que o treinador tem dúvidas em dois setores do campo: no meio, novamente Ronaldo e Alejandro Guerra brigam por uma vaga; no ataque; Arthur Caíke e Élber disputam para ocupar o lugar deixado por Artur, que está com a Seleção Brasileira sub-23.

A escalação, por enquanto, está assim: Douglas; Nino, Lucas, Juninho e Moisés; Gregore, Flávio e (Ronaldo ou Guerra; Lucca, (Élber ou Arthur Caíke) e Gilberto. Pelas características do jogo contra o Vasco e tomando como base as duas rodadas anteriores, pode-se imaginar que a balança pende para o lado de Ronaldo no meio-campo. Roger já mostrou que prefere reforçar o setor para apostar nos contra-ataques quando joga fora de casa, como será contra o Gigante da Colina.

O exemplo mais recente é o triunfo sobre o Atlético-MG, quando o treinador escalou um tripé no meio-campo com Gregore, Flávio e Ronaldo. O time respondeu bem, marcou um gol cedo, com Gilberto, e segurou a pressão do adversário com um sistema defensivo sólido.

O lema de Roger é o seguinte: se a equipe não leva gol, está mais perto de vencer a partida. Isso aconteceu em nove das 17 rodadas da Série A, e o Tricolor lidera essa estatística ao lado do Corinthians. Por isso, a defesa do Bahia é tão confiável. E é por isso que, atuando fora de casa, imaginando um cenário de pressão do adversário, Ronaldo leva vantagem.

Mas não seria prudente descartar a entrada do venezuelano, afinal ele oferece um refino técnico que nenhum outro jogador do elenco é capaz. Com Guerra, o Bahia se torna mais criativo perto do gol adversário, aumentando a chance de um passe decisivo, como esse que ele descolou para Gilberto contra o CSA, na última rodada. Em coletiva concedida na última quinta-feira, Roger falou sobre as características dos dois jogadores.

– Contra o Atlético-MG, optamos por Ronaldo e a estratégia foi bem-feita. Depois teve a entrada do Guerra para fazer a manutenção do placar, não nos tornando excessivamente defensivos, quando o adversário iria partir para cima para recuperar o prejuízo. O Vasco vai pressionar. Precisamos de meio-campo forte, e não podemos abrir mão de jogar. Contra o Atlético-MG, tivemos mais profundidade. Guerra tem um jogo mais apoiado entre linhas, de botar parceiro na cara do gol – disse o treinador tricolor.

No ataque, a disputa é acirrada, mas também tende para um lado, o de Élber. E por dois motivos: a possibilidade de romper as linhas vascaínas puxando um contra-ataque em velocidade e a capacidade de recompor e ajudar a defesa. O camisa 7 “bate e volta” no ataque e na defesa com muita intensidade, ajudando a fechar os espaços. No cenário imaginado por Roger, de pressão do Vasco e saída em contra-ataques, ele parece a alternativa que melhor se encaixa ao esquema, além de ter um estilo de jogo semelhante ao de Artur.

Entretanto, assim como Guerra, não seria indicado descartar Arthur Caíke, sobretudo pelo gol marcado sobre o CSA, que encheu o jogador de confiança. Embora não tenha o mesmo poder de recomposição, o atacante oferece a possibilidade ter um jogador com mais presença de área, que consegue levar vantagem no jogo aéreo e tem um bom chute de média e longa distância. Sobre essa disputa, Roger Machado respondeu da seguinte forma:

– Depende muito do que a gente da comissão idealiza para o jogo. Se quiser já ter a presença de área do Caíke no jogo, finalizações de curta e média distância, batida de falta, transição, outro estilo, seria pelo Arthur. Se quer jogo de entrelinha, com flutuação maior, capacidade de retenção de bola e vitória pessoal, velocidade, habilidade, seria Élber – disse o treinador. A partida entre Vasco e Bahia, neste sábado, está marcada para 11h (horário de Brasília), no São Januário. Globoesporte