EC Bahia

O objetivo do Bahia nos próximos dias é virar a chave e focar no Campeonato Brasileiro. Após o fim do primeiro ciclo de jogos na retomada do futebol durante a pandemia, o tricolor estreia na Série A amanhã, quando recebe o Coritiba, às 20h30, no estádio de Pituaçu, ainda com pendências a resolver, a começar pela crise de criatividade.

A maratona de jogos e o caráter decisivo dos confrontos escancaram os problemas no time. Os principais deles foram o repertório da equipe em campo e a gestão do elenco feita pelo técnico Roger Machado, que teve que se desdobrar entre o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste com intervalos de apenas 24h entre as partidas.

Roger Machado inclusive está em rota de colisão com parte da torcida, para quem o título do Campeonato Baiano não amenizou a perda da Copa do Nordeste para o Ceará. Pior: o tricolor voltou a repetir, contra o Atlético, o desempenho fraco das finais do Nordestão e só levou o caneco nas cobranças de pênalti.

No sufoco de ter que conquistar o estadual, o clube acabou saindo no planejamento e escalou os titulares no jogo de volta da decisão, perdendo dias preciosos de descanso para quem vinha em uma sequência intensa de jogos. Por isso, Roger sabe que precisa ser rápido para colocar a situação em ordem e se vê ainda mais pressionado por uma boa largada no Campeonato Brasileiro.

“A gente está acabando essa maratona completamente extenuado e daqui a alguns dias já tem o Brasileiro pela frente. Claro que iniciamos a retomada da pandemia com um bom jogo. A sequência foi nos tirando energia e descanso. Não é a justificativa dos insucessos e do baixo rendimento. Acho que a gente poderia ter rendido mais”, disse Roger logo após o título baiano, ainda no sábado.

E concluiu: “Jogamos contra equipes que nos negam espaço. Quando a gente, por vezes, não tem os melhores nas melhores noites, todo o time vai sofrer. A gente vai ajustar para render mais, como o torcedor espera”, afirmou o treinador.

Para completar o momento turbulento, além do desempenho ruim, os resultados também desapareceram. Há cinco jogos o Bahia não sabe o que é vencer.

O último triunfo aconteceu no dia 30 de julho, quando bateu o Jacuipense por 2×0, no jogo de ida da semifinal do Baianão. Depois disso o tricolor amargou duas derrotas para o Ceará e empates contra Jacuipense e Atlético de Alagoinhas, este duas vezes.

A seca de agora já é a terceira maior da ‘Era Roger Machado’ no Bahia, ficando atrás apenas das sequências ruins que o tricolor amargou no Brasileirão do ano passado, quando passou períodos de sete e nove partidas sem vencer.

Além do treinador, os jogadores também encaram o Brasileirão como a chance de dar a volta por cima e mudar a postura apresentada pelo Esquadrão na pandemia. Algumas peças caíram de rendimento e vão ter que recuperar o nível para se manterem no elenco. Outros conseguiram aproveitar o retorno e estão pedindo passagem.

Um deles é o meia Daniel. Autor de gols importantes, como o da classificação para à final do Nordestão, contra o Confiança, e o do empate que levou a decisão do estadual para os pênaltis, o jogador reconheceu que os atletas ficaram devendo em alguns momentos e devem dar um algo a mais para colocar o Bahia no patamar que a torcida cobra.

“Nós precisamos ter consciência disso tudo. O torcedor não está errado em reclamar; ele tem razão de falar e mostrar indignação. Temos um treinador bom, que entende de futebol, mas nós também precisamos fazer algo. Treinar mais forte, observar melhor os erros e, talvez em campo, ter mais coragem para criar as jogadas”, afirmou. Correio da Bahia