Os gastos com a pandemia do novo coronavírus neste ano e o aumento que esses gastos representam nas despesas com juros da dívida pública nos próximos dez anos já correspondem ao valor estimado para toda a economia com a reforma da Previdência até 2030, segundo números do governo.
Nesta semana, durante audiência pública na comissão do Congresso Nacional que acompanha as medidas de combate ao coronavírus, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, informou que é estimado em R$ 615 bilhões o impacto da pandemia nas contas públicas neste ano em razão da perda de arrecadação e dos gastos extraordinários para combater os efeitos da Covid-19.
Além disso, segundo ele, também há o efeito do aumento do pagamento dos juros da dívida pública. Isso deve gerar despesas adicionais com juros de R$ 261 bilhões nos próximos dez anos, valor calculado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Essas despesas com juros em dez anos, segundo o Tesouro, estão divididas em:
- Juros motivados pela despesa com auxílio emergencial: R$ 143,3 bilhões
- Juros motivados pelo auxílio federativo: R$ 26,8 bilhões
- Juros decorrentes do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm): R$ 23 bilhões
- Outros: R$ 68,5 bilhões