Agência Brasil

O auxílio-diesel de R$ 400 prometido pelo presidente Jair Bolsonaro cobre só 13% do abastecimento completo de um caminhão – uma média de cerca de 80 litros para uma capacidade de 600 litros. É o que informa, em nota, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o “Chorão”.

Nos grupos de comunicação dos caminhoneiros, circulam outros depoimentos com conteúdo semelhante. Em um deles, um motorista de Cuiabá calcula que só os reajustes programados para ocorrer até 1º de novembro – data para a qual está programada uma paralisação da categoria – elevarão seus gastos mensais com abastecimento em cerca de R$ 1.800. Com isso, sua despesa mensal irá para R$ 17.000.

Em uma parada no posto na quinta-feira, o caminhoneiro Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), desembolsou R$ 819,52 por 177,002 litros de diesel. “Amanhã tem mais outra desta”, contou.

É por causa dessas cifras que o auxílio, longe de ser recebido como um alívio, tem sido chamado de “esmola” nos grupos de comunicação de caminhoneiros. “É mais um ‘balão apagado’ para categoria colecionar de promessas do governo que ajudou a eleger”, reclama Chorão.

Eles querem alterações na política de preços da Petrobras. “Queremos estabilidade dos preços dos combustíveis, um fundo de colchão para amenizar volatilidade, mudança na política de preços da Petrobras, aposentadoria especial a partir dos vinte e cinco anos de contribuição e acima de tudo, queremos respeito e cumprimento da Lei nº: 13.703/2018, conhecida como Lei do Piso Mínimo de Frete”, lista o presidente da Abrava.

Em tese, os reajustes no preço do diesel são repostos aos caminhoneiros, com a revisão dos pisos mínimos do frete. Mas, desde 2018, os caminhoneiros se queixam de falta de fiscalização no cumprimento do piso mínimo de frete. A política de preços da Petrobras foi o principal motivador da histórica paralisação ocorrida naquele ano, durante o governo Michel Temer, quando o país entrou em colapso de abastecimento. G1