Leonardo Rattes / Sesab

Nova titular da Secretaria da Saúde, Adélia Pinheiro confirmou que não pensou duas vezes ao aceitar o convite do governador Rui Costa (PT) em assumir uma importante vitrine da gestão e também um vespeiro de problemas cotidianos. Ele senta na cadeira, na gestão Rui, que foi de Fábio Vilas Boas e de Tereza Paim, interina, ainda subsecretaria da pasta.

Adélia, uma indicação pessoal do governador, tem pela frente, os próximos 10 meses, o desafio de enfrentar uma pandemia que ainda assola a Bahia e fazer andar a fila da regulação, principalmente das cirurgias eletivas.

Acha o verbo “estancar” forte quando utilizado para referenciar esse processo de atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que não puderam, nos últimos meses, passar procedimentos cirúrgicos, mas reconhece um “represamento” e a intenção dos próximos dias é dar vazão a essa fila. Sobre sua atuação na Sesab, se teria ali um pano de fundo político, nega. Argumenta que seu desafio, se assim o governador desejar, é tocar a secretaria até dezembro de 2022.

O presidente do PT, Éden Valadares, confirmou que havia a convidado para se filiar ao PT e lançar, quem sabe, candidatura neste ano. Contudo, o caso vai mais além, Adélia pode ser um quadro em maturação para prefeitura de Ilheus em 2024.

Nascida em Itabuna e criada em Ilhéus, a ex-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) estava a frente da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação desde 2019. Tem mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo.

Leia a entrevista completa com o editor de política, Victor Pinto:

Como foi receber a proposta para vir para Secretaria da Saúde? Você já fazia parte da gestão, na SECTI, mas foi com muita surpresa a sua chegada. Queria saber os pormenores da história, como é que foi esse convite de Rui Costa para SESAB? Como é que foi sua reação quando você foi convidada? Se aceitou de pronto ou ainda chegou a refletir…

Adélia Pinheiro: O convite foi recebido com muita honra. Entendo que o governador Rui Costa tem trabalhado na saúde, lidera e tem liderado ao longo desse tempo um trabalho com a saúde absolutamente valoroso, admirável. Então, o convite eu acolhi com muita honra e aceitei de pronto. A partir da minha trajetória profissional e dos compromissos que venho demonstrando ao longo da minha vida. Compromisso com qualidade da gestão pública. Eu, como gestora pública de um bom tempo. Fui reitora sete anos e alguns meses, fui quatro anos vice-reitora, fui dois anos pró-reitora de graduação. Então, esse é o compromisso da gestão pública, é o compromisso que assim que terminei a graduação, me fez dizer aos meus pais, preciso de um tempo maior de apoio porque eu vou precisar fazer residência e mestrado, minimamente, porque eu quero ser professora de nível, de curso superior, de instituição pública. Então, aquilo ali estava marcado no fim da minha graduação. E o meu percurso me dá tranquilidade de aceitar um desafio que tem por base a gestão pública. Da mesma forma na minha formação, como uma graduação em medicina, residência, mestrado, doutorado, atuando na formação de trabalhadores para o SUS me dá tranquilidade de ter um conhecimento básico vinculado à área da saúde e da construção do SUS. E, por fim, o compromisso que é de defesa do Sistema Único de Saúde, mas um pouco mais do que isso, não é só no Sistema Único de Saúde. Mas, é de construção dos direitos de cidadania, defesa da Constituição Cidadã, que reconhece cada sujeito e todos os sujeitos como sujeitos de direitos. E a saúde é um deles. E aí, volto a dizer: O governo Rui Costa, o compromisso assumido nos últimos 15 anos na Bahia, me faz estar alinhada com a construção dos direitos para baiana e baianos. Então, esse é um cenário. Me senti competente e desafiada para colaborar com o projeto que é longo e que vem se desenvolvendo, reafirmando o compromisso.

Você tem algumas semanas à frente da Secretaria. Já deu para ter uma dimensão do trabalho, da luta que vai ser esses próximos 10 meses? Porque você tinha uma atuação na SECTI, uma pasta discreta, sempre teve uma atuação discreta. E você está em uma vitrine. Um orçamento extremamente maior. Lógico que também com essa vitrine, com esse orçamento, vem também problemas maiores. Então, qual é o raio-x de Adélia Pinheiro desse desafio?

Adélia Pinheiro: O que dá para perceber é que temos uma proposta, um plano de ação. Temos uma equipe valorosa e um líder valoroso também. Então, temos todos os elementos para que aí utilizando a minha aproximação com a produção do conhecimento, com o desenvolvimento de tecnologia, com toda a defesa, né, de trazer para dentro de processos de trabalho, transformação digital, digitalização de processos. O que nos qualifica. Trazer e aprofundar contato com o interior.

Quando qualquer agente público olha para minha trajetória, já vê que tem um compromisso com a Bahia inteira.
Então, olhar para o interior e entender que são diferentes demandas, mas que nós precisamos ir como um todo e no interior temos os entes que fazem parte do sistema estadual de saúde e que por terem uma população menor, uma receita menor, precisam de um auxílio maior do ordenador do sistema estadual de saúde. Então é uma equipe valorosa, os compromissos valorosos, a rede, ao longo desse tempo, investimento, trazendo número de ampliação, ampliação grande consistente, no número de hospitais. São 16 hospitais e nós temos entrega esse ano. Nós entregamos 21 policlínicas. E ainda temos entregas esse ano, completando as 26 policlínicas. Temos unidades que fazem parte da atenção básica e que foram construídas dentro do programa de fortalecimento do sistema único de saúde na região metropolitana. Então é um investimento muito grande, estrutura física que é do tamanho do compromisso de atendimento às necessidades da população. Mas há uma equipe valorosa, há um conjunto de práticas inovadoras já integradas. De PPP de referência para o Brasil, também contrato de gestão indireta com excelentes indicadores, e também unidades com gestão direta apresentando excelentes resultados. Então, nós temos um sistema estadual de saúde de média e alta complexidade com boa, utilizando a estratégias inovadoras de gestão, viabilizando a flexibilidade, agilidade que o sistema único de saúde exige, porque? Doença, adoecimentos, necessidades de saúde, elas acontecem de forma não planejada, muitas vezes. E precisa ser atendido. Então, é esse o retrato da primeira semana mais estimulada.

Agora, o que é que você deixou, na sua visão, de legado na SECTI?

Adélia Pinheiro: Eu vou falar um pouquinho mais para trás, né? Eu vou falar do legado na universidade, porque é estrutura de Estado também. Eu fui eleita para dois mandatos e lá na universidade entendo que eu deixei como legado uma estruturação, uma solidez muito grande em todos os processos de pacto, ação ou de construção colegiada de decisões nos diferentes conselhos. Também uma qualificação de todos os processos acadêmicos. As ações da universidade que levou ao ranqueamento, internacionalização. A estruturação de laboratórios que levaram a uma expansão bastante grande da pós-graduação stricto sensu, mestrados, doutorados. E o respeito às instâncias e às pessoas dentro da universidade. Considero que esses foram os principais legados lá. E na SECTI eu trouxe isso que é a minha experiência, que ao mesmo tempo é a minha identidade. Construção sempre colegiada, escutando as pessoas. Fazendo o que a gente chama de escuta qualificada, não escuta de passagem, cumprindo formalidade. A escuta qualificada, de quem reconhece que há parceiros que estão construindo. Então, a aproximação da SECTI com as demais hélices do ecosistema, trazer a empresa para próximo da SECTI, as instituições de ciência e tecnologia, a sociedade. Então quando lá, com 16 meses de gestão, realizei uma conferência estadual de ciência, tecnologia e inovação, com realização de pré-conferências nos macroterritórios, isso é legado de compromisso de construção coletiva. Então, isso faz com que tudo o que seja feito, seja duradouro e seja efetivamente ligado, aliançado com as necessidades da população, da sociedade. Também, a implantação do que a gente chama a maior rede pública de coworking do Brasil. Deixei 11 entregues, mas ainda tem no plano desse ano, de entrega, alcançando 24 unidades. E isso quer dizer: ativação. Não é só uma unidade física de coworking, mas é aquela unidade. Fazendo um matriciamento dos municípios ali, do ecossistema ali, uma ativação do ecossistema dessas hélices. Que envolve quem produz essa tecnologia, quem consome e quem comercializa, né? Juntando todo mundo ali em torno de um prol comum. Então são, vou dizer que são exemplos de legado que deixo nessas passagens, né? E, por outro lado, vou dizer que o maior legado, é o que aqui na SESAB me deu a maior oportunidade, atuando na formação, como professora de médicos veterinários, enfermeiros, biomédicos e médicos. Eu começo a encontrá-los dentro do sistema estadual de saúde, aí na posição de prestadores de serviço, isso é muito bom. Aqui na SESAB, tem uma reunião, aí tem uma ex-aluna, eu fui seu ex-aluno, bolsista de iniciação científica. Aí o outro diretor da unidade manda uma mensagem dizendo eu sou diretor médico desse hospital. Do município x. Então, isso também é um legado que está espalhado na Bahia inteira e que nos permite reconhecer alianças e aliados.

Voltando para a saúde, como fazer andar a fila da regulação e dar vazão às cirurgias eletivas que ficaram estancadas aí por causa da pandemia do novo coronavírus?

Adélia Pinheiro: Estancada é um termo forte demais. Eu não usaria, até porque eu estou conhecendo a fila, né, e efetivamente nós temos um atendimento nos últimos três anos de 60%, um pouquinho mais. Então, a fila não estava estancada. A fila anda, né? Alguns procedimentos foram realizados e aqueles procedimentos eletivos que têm uma vinculação muito grande com a vida, eles também foram realizados e eu destaco os procedimentos lógicos, procedimento vascular e cardíaco. Eles foram providenciados.

Mas há sim um represamento que precisamos dar vazão e estamos fazendo isso.

Nos próximos dias o governador deve lançar, trabalhando de forma muito próxima, a equipe técnica da SESAB, junto com hospitais municipais que tem capacidade instalada de cirurgias eletivas, também com os hospitais sob gestão direta. É um plano que vai fazer com que a gente atenda cirurgias eletivas, mas isso sozinho não vai resolver. A gente precisa, por exemplo, ampliar leitos na área de assistência em onco-hematologia, é um dos problemas. Está na preocupação minha, da equipe técnica da SESAB, na preocupação do governador. E tem uma, eu vou dizer, uma repercussão na preocupação de algumas famílias que vivem essa situação e que a gente vai precisar ampliar leito, o que deve ocorrer em Vitória da Conquista e, muito provavelmente, também na macro sul. Isso também deve ser anunciado nos próximos dias e, também, e aí é importante, fazer a qualificação de processos de assistência na atenção básica e evitar que demandas que são da atenção básica venham para a fila de regulação, né? Alguns consórcios vão ser chamados para, com o apoio do estado, da SESAB, a gente possa qualificar serviços lá dentro para que, por exemplo, um parto normal não pode ir para a hierarquização da regulação. Uma fratura simples não pode vir. Então, são necessidades sim do paciente que precisam ser resolvidas, mas que precisam ser resolvidas no nível de competência. É vinculado à atenção básica de vários municípios, em gestão plena. Além disso, e aí a gente compõe os três elementos que devem dar segurança para uma hierarquização das demandas de regulação. E que faça com que a gente saia das 72 horas para 48 horas e, logo em seguida, a gente já vislumbra as 24 horas, não é? Que é a qualificação por dentro. Se eu tenho uma demanda que em volume é menor, eu permito ao médico regulador aproximar da assistência ao paciente estando distante. Porque, na verdade, ao fazer isso, o médico regulador usa as ferramentas que são da competência de um médico regulador e as competências que são do médico assistente. Na hora que ele tem a possibilidade de aproximar do paciente através do médico assistente, ele também tem a possibilidade de compreender melhor qual é aquela demanda e prestar o melhor encaminhamento. Então, com essas ações, a gente espera rapidamente, eu quero colher esses resultados em 6 meses, o plano dá para isso.

Sobre a pandemia, secretária, qual é a sua avaliação do cenário, hoje, atual, da Bahia? É possível dizer que esse ano a gente consiga ter, de fato, uma queda brusca do número de casos e que a gente consiga, quem sabe, 2023, o fim dessa pandemia?

Adélia Pinheiro: Eu vou falar um de forma, tentar mesmo, separar meu desejo pessoal que vê o mundo diante de uma pandemia, que vivencia dois anos e quase 3 meses, nas várias fases. Susto inicial do desconhecido, a constatação que o desconhecido vai sendo conhecido aos poucos, mas que atinge gravemente as populações, enfim. Como pessoa? O meu desejo é que possamos o mais rápido possível sair dessa situação, mas o meu desejo, quando instruído pelo meu olhar de quem estuda os dados, de que vem participando desde o início, seja no Comitê Científico do Consórcio Nordeste, do qual honrosamente fazia parte, seja como profissional de saúde que está o tempo inteiro olhando os dados, seja como secretária, que tinha a tarefa de, complementarmente, cuidar também do aporte das questões de tecnologia para assistência e enfrentamento do covid. Considerando tudo isso e se unindo, como profissional eu digo que precisamos estar em alerta e continuar em alerta, porque eu não tenho uma regularidade que me dê segurança para dizer com certeza o que é que nos aguarda.

Hoje nós temos um número alto de casos ativos, um número alto de óbitos e nós temos um percentual de ocupação de leitos que está alto, ainda que tenha leito para assistir as pessoas.

Mas eu vejo alta permanência de paciente em leito, principalmente leito de UTI, ela permanece. E, por outro lado, não posso deixar de me dirigir à população. O estado providenciou toda rede de assistência. Em ações com a participação de municípios, em outras ações com a participação do estado naquilo que lhe é de competência, que é média e alta complexidade. Enfim, não se furtou a assumir as suas competências, seja através do secretário ou secretária, como autoridade sanitária, e o governador com a liderança da responsabilidade própria governador. Não se furtou a tomar todas as providências, né? Hoje nós ocupamos o lugar que é o estado com a segunda menor taxa de mortalidade. Não tivemos, mesmo nos momentos de maior crise, nós não tivemos incapacidade de alocar paciente, seja leito clínico, seja eleito de UTI. Foi duríssimo isso. O corre-corre. A gente vinha em um cenário em que não havia insumo. E a gente não deve esquecer isso, né? No início da pandemia não tinha insumo. Você não achava máscara para comprar. Equipamentos para comprar. Você teve falta de medicamento, teve falta de pessoal. Os profissionais de saúde adoeciam, enfim. Mesmo dessa forma, com o envolvimento e o investimento do governo do estado da Bahia, nós tivemos sempre uma estrutura que foi montada e foi sendo ampliada em um momento, diminuído em outros, a depender da demanda daquele processo. Foi na primeira, segunda, ou na terceira onda. Então, a máxima continua presente. Temos compromisso em salvar vidas, preservar vidas, ter a população sadia sem sequelas covid. Portanto, assumindo como uma atitude cidadã o uso da máscara, a higienização das mãos, a prática do distanciamento social e a busca da vacina e, nesse aspecto, venho dizendo, reafirmando, como é importante ter a imprensa, todo mundo aliançado.

Vacinar e vacinar mais e muito e todo mundo. Precisamos.

Tem gente que ainda não tomou a primeira dose. Tem pessoas que não tomaram a segunda dose e já poderiam ter tomado. Tem pessoas que não utilizaram a dose de reforço. Na população de 12 e mais isso porque a gente começou a vacinar mais tempo, não é? E na população de 5 a 11, que a gente ainda está com uma cobertura chegando perto dos 30%, precisamos incentivar e apoiar pais e mães a vacinar as suas crianças. Isso é dever nosso, dever de cidadania, é dever de proteção a si e ao outro. Há sempre um querido sob risco. E o meu comportamento vai proteger a mim e ao meu querido e aos nossos queridos. Isso é importante contar com a imprensa para nos auxiliar e sermos todos parte de um momento que conscientiza, que fala sobre a atitude das pessoas como forma de exercício de cidadania e ao mesmo tempo exercício do direito à saúde.

E como você tem avaliado a atuação do Ministério da Saúde e a assistência que é dada? De fato é dada uma assistência devida, principalmente nessa questão da pandemia e da vacina, por exemplo?

Adélia Pinheiro: Vivenciamos alguns momentos no Brasil quanto a isso. No primeiro ano uma negativa de reconhecer a informação científica disponível, publicada. É uma coisa que acompanhou atitudes políticas e ações concretas do governo federal. Isso é lamentável. Nós temos um conjunto de vidas perdidas que são mortes evitáveis e nós ainda precisaremos fazer esse inventário enquanto sociedade, enquanto nação. Há um conjunto de mortes ocorridas, lutos vivenciados que seriam evitáveis se nós tivéssemos autoridade sanitária nacional, federal, atuando de forma coerente com o conhecimento científico disponível em cada momento, né? Então, se num primeiro momento os estados saíram para comprar insumo, máscara, não havia máscara, se tivéssemos uma autoridade nacional que fizesse o compromisso e a busca para aquisição do insumo que chegasse a todos os estados, seria diferente. Isso para insumo, equipamento, medicações que tivemos em alguns momentos ameaça. Já tivemos ameaça de desabastecimento de medicação usada para apoiar o paciente em ventilação mecânica. E aí, como é que que faz se não tem a medicação? Vivenciamos um momento da negativa da vacina. Nós temos o Sistema Único de Saúde que reconhece a saúde como Direito Constitucional. Nós temos um Programa Nacional de Imunização que é muito bem assentado, tanto na sua legislação, quanto nas práticas. Qual família não reconhece Zé Gotinha como membro da família? Como um agente apoiador da saúde de suas crianças? Isso é cultura construída no Brasil. E aí a gente vê falas que desconhecem ou que desconstroem a vacina como um aliado da saúde das crianças, das pessoas. Então, esse inventário a gente vai precisar fazer porque perdemos pessoas que poderiam estar ainda entre nós e ainda hoje passamos por situações de insegurança e descolamento da ação do governo federal em relação ao conhecimento já existente e às necessidades da população. No final do mês nós temos sinalizado um prazo de finalização do financiamento específico para leito covid. O prazo é no final do mês para que o governo federal deixe de fazer os aportes financeiros para financiar esses leitos, mas a necessidade ainda existe. Como é que vai ser esse financiamento? Isso ficará sob responsabilidade dos estados, sem que seja a competência definida na legislação? Então, os estados não se furtarão. Nós não nos furtaremos a fazer esse aporte. Entretanto, é necessário que a União faça esse aporte, porque está dentro da competência dela. Então, todo tempo vivenciamos posições que não estão assentadas no bom conhecimento científico e nem nos bons indicadores epidemiológicos. Portanto, não se justificam, senão com base em uma ação deliberada que desvaloriza vidas e desvaloriza o Sistema Único de Saúde.

Meu compromisso assumido com o governador Rui Costa é de ser Secretária da Saúde e até que essa demanda esteja presente e seja importante para ele. Isso quer dizer que: a não ser que haja um ordenamento diferente dele, o convite vale até dezembro.

Uma última pergunta. Você está em uma cadeira que tem uma projeção política, está na cadeira, por exemplo, que Otto Alencar, que hoje é senador, já sentou, já foi secretário. Em uma cadeira em que Jorge Solla esteve e hoje é deputado federal, foi o que ficou por 8 anos como Secretário da Saúde de Jaques Wagner. Você está na cadeira que Fábio Vilas Boas também já foi detentor e hoje é pré-candidato a deputado federal. Adélia Pinheiro pensa em ter uma projeção futura na política do Estado? No extremo sul? O que que Adélia Pinheiro pensa da política e se convocada fosse sairia como candidata?

Adélia Pinheiro: Meu compromisso assumido com o governador Rui Costa é de ser Secretária da Saúde e até que essa demanda esteja presente e seja importante para ele. Isso quer dizer que: a não ser que haja um ordenamento diferente dele, o convite vale até dezembro. Esse é o meu compromisso, portanto. Eu não serei candidata. O meu grande desafio, estou absolutamente focada nisso, é assumir as responsabilidades como secretária de saúde do estado da Bahia. Então isso responde a sua pergunta. Até o final do ano é, de fato, nesse momento não vou fazer qualquer modificação em relação a filiação partidária. Não porque desconsidere a importância disso, mas porque a SESAB exige um foco bastante grande para quem está chegando nesse momento, mas obviamente que jamais negarei a minha atuação política. Ela é inerente à minha pessoa. Eu digo que desde que eu abri o olho, eu estou atuando politicamente e cada vez com maior intencionalidade e com maior consciência. Então, futuramente, depois de 2023, é um outro ano e que eu espero tenhamos aí os próximos anos de esperança e de construção e defesa dos direitos constitucionais postos. E, em particular, na área de saúde, que a gente possa caminhar, trilhando a consolidação do Sistema Único de Saúde. BNews