Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Em junho de 2021, o casal Clarice Araújo e Cosme Conceição percebeu que o filho teria engolido um objeto que não foi identificado. Na ocasião, o pai levou a criança até o Hospital Municipal de Canavieiras, no extremo sul da Bahia, mas após mais de um ano de seguidos atendimentos, o garoto morreu no último dia 1º, após ter os pulmões perfurados por um prego. Cauan Araújo Conceição, de 3 anos, morreu por broncopneumonia, causada pela presença do prego no pulmão.

A história do menino Cauan Araújo Conceição, de 3 anos, é mais um caso de OVACE, sigla médica utilizada para designar obstrução de vias aéreas causada por aspiração de corpo estranho, geralmente localizado na laringe ou traqueia.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (Sesab), 344 crianças menores de 10 anos foram internadas por conta da penetração de corpo estranho na rede SUS do estado nos últimos quatro anos. Em 2019, foram registrados 78 casos, no ano seguinte, o número subiu para 105.

Já em 2021, o número voltou a crescer. Foram registradas 136 internações. Em 2022, até o momento, a Sesab diz que 25 menores de 10 anos deram entrada em hospitais da rede SUS com OVACE.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, de janeiro de 2021 até a última quinta-feira (8), foram registrados 17 casos de internação por OVACE. Destes, seis foram de crianças até 12 anos de idade.

“A maioria dos acidentes envolve a ingestão de produtos químicos, principalmente aqueles acondicionados em garrafas pet de refrigerante reutilizadas para acondicionar as substâncias. Além disso, muitas crianças também ingerem remédios controlados, achando que se tratam de balinhas”, diz Marcelo Otsuka, infectologista pediátrico.

Especialistas destacam que em hipótese alguma é adequado provocar o vômito, uma vez o esôfago, garganta e boca vão ficar ainda mais machucados. Essa manobra não é capaz de evitar a absorção das substâncias tóxicas e pode agravar o quadro caso o vômito seja aspirado.

Em ambas as situações é preciso procurar atendimento médico com urgência, de preferência levando a embalagem do que foi ingerido. Muitas vezes se tratam de produtos caseiros, colocados em recipientes inadequados e sem rótulos, o que dificulta uma abordagem precisa por parte da equipe médica.

Conteúdo G1