A Bahia apreendeu quase 2 mil armas no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Ações feitas em Salvador, durante o período, terminaram com 325 armas apreendidas.

Segundo informações da SSP-BA, a cada três horas uma arma é tirada de circulação na Bahia. Apreensões nas BRs 324, 116 e 101 são feitas para evitar que os armamentos cheguem às facções criminosas.

Na última sexta-feira (13), moradores do bairro de Valéria, em Salvador, ouviram tiros durante a madrugada. A janela de uma casa foi atingida por um tiro e o transporte público chegou a ficar restrito no local.

No dia 21 de julho, em uma ação policial no bairro da Engomadeira, em Salvador, a Polícia Civil apreendeu fuzis, submetralhadoras, pistolas, escopetas, munições e carregadores usados por suspeitos de tráfico de drogas. O arsenal, de uso exclusivo das Forças Armadas, foi encontrado em um terreno baldio, juntos com tubos PVC.

No dia 14 de julho, um vídeo de homens armados no bairro de Alto de Coutos, no subúrbio de Salvador, circulou nas redes sociais. As imagens mostram uma troca de tiros entre eles.

O especialista em segurança pública e ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro, Paulo Storane, afirmou que as trocas de tiros nas comunidades de Salvador têm relação com a origem da formação dos grupos criminosos.

“As facções disputam território. Estamos falando de um mercado, ou seja, da droga, principal insumo que mantem essas facções criminosas em razão de nós não termos no Brasil uma política nacional sobre drogas”, disse.

O especialista, que tem 38 anos de experiência em segurança pública, afirmou que o número de grupos criminosos na Bahia aumentou quase 100% nos últimos anos.

“Há quase quatro anos atrás eram meia dúzia e nós temos 11 hoje, que se organizaram, e muito por conta de o poder público ter limitado as ações por conta de restrições financeiras ou políticas locais, que é o caso da Bahia, mas também por conta de uma legislação muito permissiva e tolerante com o crime”, relatou. G1