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A Bahia registrou recorde de doações de múltiplos órgãos e córneas no mês de setembro, de acordo com a Central de Notificação, Captação, Doação de Órgãos (CNCDO).  Foram registradas 15 autorizações familiares para doação de múltiplos órgãos e 50 doações de córneas no estado. O número de doações foi o maior registrado desde março de 2020. O mês é dedicado à conscientização da importância e incentivo à doação de órgãos através da realização da campanha “Setembro Verde”.

Esse ano, de janeiro a setembro, foram efetivadas 78 doações de múltiplos órgãos e 305 de córnea, em comparação com o ano anterior, quando foram 94 doações de múltiplos órgãos e 246 de córneas. As doações registradas esse ano possibilitaram a realização de 165 transplantes de córnea, 29 de fígado e 165 de rim. A fila de espera, atualmente, é de 19 pessoas para transplante de fígado, 1.222 de rim e 995 de córneas.

O processo de doação é iniciado com a identificação de um potencial doador nas unidades hospitalares. Após criteriosa etapa de exames e avaliações é efetuado o diagnóstico de morte encefálica. Confirmada a morte encefálica, os familiares são informados sobre o óbito do paciente e uma equipe especializada e treinada presta apoio emocional à família e oferece a possibilidade de doação de órgãos e tecidos. Com o consentimento familiar, procede-se a retirada dos órgãos e tecidos doados.

Com o slogan “Não basta querer, tem que falar”, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da Central Estadual de Transplantes, realizou diversas atividades durante o “Setembro Verde”. A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, a enfermeira Carolina Sodré, explica que atualmente o índice de recusa familiar para a doação de órgãos está em torno de 68%, “o maior dos últimos 10 anos”. A leitura de Carolina Sodré é de que a pandemia da Covid-19 é um dos principais fatores para essa recusa.

“Além do mês de setembro, que é dedicado a intensificar as ações de mobilização para a doação de órgãos, durante todo o ano a Sesab trabalha buscando ampliar a captação de órgãos” pontua Carolina Sodré, acrescentando que a redução no número de transplante de córneas deveu-se, principalmente, à determinação do Ministério da Saúde, que em função da pandemia da Covid-19 determinou a suspensão dos transplantes de córnea durante sete meses. (BN)